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Depoente acusa Maluf de paternidade
da Reportagem Local
Silvio Rocha afirma que o pepebista Paulo Maluf teve relação
amorosa com sua filha Silvana,
com quem o ex-prefeito teria uma
filha ilegítima. A denúncia apareceu em fita de vídeo exibida publicamente quando os trabalhos da
CPI da propina foram retomados,
às 22h de anteontem.
Rocha é acusado de ser funcionário fantasma da prefeitura. Contratado pela Prodam, ele foi deslocado para a Regional da Penha. Segundo Tânia de Paula, assessora
do vereador Vicente Viscome (ex-PPB), ele era "intocável" na regional -não recebia ordens do regional ou do vereador, que controlava
a Penha e é acusado de liderar esquemas de extorsão na área.
Rocha disse que recebeu de Calim Eid, tesoureiro das campanhas
políticas de Maluf, US$ 40 mil em
dinheiro para que não contasse
sua história à imprensa ou para
opositores do ex-prefeito.
Segundo Rocha, ele teve de assinar papel em branco que seria usado para desmentir a história, caso
chegasse à oposição. Ele afirmou
que foi o ex-prefeito quem lhe arrumou um emprego na Prodam. A
CPI obteve ofício em que o então
secretário de Governo, Edevaldo
Alves da Silva, indica Rocha para
trabalhar na autarquia.
Oliveira disse que sua candidatura a deputado federal, em 98, foi
articulada pelo ex-prefeito. "Ele
me jogou candidato a deputado só
para calar a minha boca."
Também afirmou que, a pedido
da cúpula do PPB paulistano,
coordenou invasões de terra durante o governo de Luiza Erundina
para "desestabilizá-la".
A assessoria de imprensa do ex-prefeito divulgou nota anteontem
afirmando que as declarações
eram "falsas e mentirosas". Ontem, texto assinado pelo próprio
Maluf promete "rebater de forma
segura a infâmia" de Rocha e critica a CPI por considerar que desviou de suas funções.
A exibição da fita com as declarações de Rocha encerraram um dia
especialmente tumultuado para as
investigações da máfia da propina.
O depoimento do ex-funcionário
da Prodam -Rocha deixou a empresa em fevereiro deste ano- teve início à tarde, na Câmara. Mas
foi interrompido porque ele passou mal, quando o presidente da
CPI, José Eduardo Martins Cardozo, lhe perguntou para que eram os
US$ 40 mil que ele teria recebido
de Calim Eid. Ele foi atendido no
departamento médico e dispensado depois de receber um sedativo.
Em seguida, o funcionário foi levado para um outro departamento
da Câmara, onde foi confrontado
com cópias de cheques que teria
recebido para nada falar sobre suposta relação com Paulo Maluf.
Depois, foi levado até sua casa
pelos delegados Romeu Tuma Jr. e
Naief Saad Neto. Lá, os policiais
apreenderam a fita de vídeo e duas
sacolas com documentos.
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