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Salário pode ter que ser ressarcido
da Redação
Os salários pagos a um servidor
contratado sem concurso que não
apareça para trabalhar podem ter
que ser devolvidos pelo administrador que o contratou.
Para especialistas e advogados
consultados pela Folha, no entanto, é difícil que um político seja
considerado inelegível por casos
isolados de funcionários que não
comparecem ao serviço sem que
nada seja feito para puni-lo.
Se a contratação for por uma
"troca de favores políticos", ela fere o princípio da impessoalidade
previsto na Constituição, segundo
o advogado Walter Ceneviva.
De acordo com Tito Costa, 73,
professor de direito administrativo, um caso como esse precisa de
condenação criminal para tornar
um político inelegível. "Pela contratação de Silvio Rocha, é quase
utópico que Maluf chegue a uma
inelegibilidade."
Taís Helena Costa, assessora do
Tribunal de Contas do Estado de
São Paulo, explicou que até o superior hierárquico direto de um servidor que faltava constantemente e
nada fez pode chegar a ser punido.
Segundo ela, caso seja constatada a responsabilidade de um prefeito pela irregularidade e a condenação prever uma multa, ela é paga
pessoalmente pelo político.
Para o advogado Ives Gandra
Martins, 64, o não-comparecimento constante ao trabalho é uma falta muito mais grave do que o desvio de função. "Se o servidor não
vai trabalhar e ninguém faz nada, é
gravíssimo e pode levar a uma condenação administrativa."
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