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Relator da CPI nega uso político de sessão
da Reportagem Local
O relator da CPI da propina, vereador Milton Leite (PMDB), descarta a possibilidade de a sessão de
anteontem da comissão ter sido
usada politicamente para envolver
o nome do ex-prefeito Paulo Maluf. Leite é da base que apóia o governo de Celso Pitta (PPB).
Na sessão, durante o depoimento
de Silvio Rocha de Oliveira, foi revelado que Maluf teria uma filha
ilegítima, cujo avô seria Rocha.
O ex-prefeito também foi apontado como responsável pela contratação de Rocha na Prodam
(Companhia de Processamento de
Dados do Município) e por sua
transferência para a Administração Regional da Penha.
Na regional, Rocha seria um funcionário "intocável", de acordo
com depoimentos dados à CPI na
semana passada.
"A CPI cumpriu seu papel. Já que
o Silvio (Rocha de Oliveira) era citado como intocável, queríamos
saber o motivo e se havia um esquema paralelo nas mãos dele. Se
detalhes pessoais surgiram no
meio, foi só coincidência", disse
Leite.
De acordo com o parlamentar,
antes de resolver exibir uma fita
que havia sido gravada por Oliveira, os integrantes da comissão sabiam apenas que o material continha informações sobre ameaças
que Rocha teria sofrido.
No depoimento de anteontem,
Rocha disse ter sido ameaçado indiretamente pelo vereador Vicente
Viscome (sem partido).
Os motivos das ameaças seriam
disputa por espaço político e do
suposto caso envolvendo Maluf.
"O depoimento também foi importante para levantar a dúvida se
ele (Rocha) recebia um salário cala-boca", disse o relator.
Informações públicas
Para o presidente da Executiva
Estadual do PPB, Marcelino Romano Machado, na sessão de anteontem à noite não foi divulgado
nada que já não era público.
"Ninguém revelou nada. Já havia
um processo sobre isso."
Para Machado, é normal uma comissão envolver fatos políticos e o
depoimento de Rocha não afetou a
imagem do partido ou de Maluf.
"A opinião pública sabe julgar."
O vereador Wadih Mutran
(PPB), que também faz parte da
CPI, disse ontem que a divulgação
da fita com a história de Rocha era
uma estratégia do PT para usar a
sessão politicamente.
Mas ele mesmo afirmou à Folha
que os integrantes da comissão
não sabiam o conteúdo da fita de
vídeo gravada por Rocha e apreendida pela polícia.
O vereador José Eduardo Cardozo (PT), que preside a CPI, nega o
uso político da comissão.
Ele disse que as decisões da comissão dependem da maioria dos
cinco integrantes da CPI.
Na comissão, três vereadores são
da situação.
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