São Paulo, terça-feira, 24 de abril de 2001

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ADMINISTRAÇÃO

Empresa só recebeu da prefeitura as informações sobre trajetos e horários de recolhimento de lixo na 5ª

Falta de mapa do Limpurb afetou coleta

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa Transpolix só recebeu os mapas do Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana) para fazer coleta, varrição e serviços complementares de lixo um dia depois de começar a operar na cidade de São Paulo.
Além da falta de infra-estrutura da Transpolix, esse foi um dos fatores que prejudicaram os serviços de limpeza na Mooca e em Aricanduva, na zona leste, que têm mais de 500 mil moradores.
A empresa recebeu um contrato emergencial de R$ 8,2 milhões da prefeitura para atuar por 180 dias, desde a manhã da última quarta. Mas os mapas que estabelecem trajetos, dias e horários da coleta só foram fornecidos pelo Limpurb na tarde da quinta-feira.
Nesse período, a situação ficou "caótica", segundo Sérgio Torrecillas, administrador regional da Mooca, que teve que deslocar seus próprios funcionários para limpar as ruas mais críticas da região.
O Limpurb admite que forneceu os mapas à empresa "novata" um dia depois da data de início dos serviços, mas tenta se isentar da responsabilidade.
Segundo sua assessoria de imprensa, seria obrigação da Transpolix ter requerido oficialmente as informações. Os diretores da empresa foram procurados ontem pela Folha, mas não responderam aos pedidos de entrevista.
O diretor do Limpurb, Alfredo Luiz Buso, chegou a dar prazo até anteontem para a Transpolix normalizar a operação na área de sua responsabilidade. Ontem, a limpeza havia melhorado nas ruas da Mooca e Aricanduva, mas ainda não era "normal".
"Está 80% normalizado, mas ainda continua pior que nas semanas anteriores, quando era outra empresa (Marquise)", disse João José Azevedo, administrador regional de Aricanduva.
"Nosso principal problema agora é a varrição, que ainda não alcançou a maior parte da região", afirmou Torrecillas, da Mooca.
Buso havia prometido anunciar ontem uma punição à empresa Transpolix, que pode ser multa ou até rompimento de contrato, mas deixou a divulgação para hoje. Se a Transpolix for afastada, a empresa Marca deverá assumir os serviços, já que ela foi a segunda colocada na concorrência.
O diretor do Limpurb se reuniu ontem com assessores técnicos e jurídicos e com a prefeita Marta Suplicy. Eles discutiram uma possível punição a outras empresas, como a Queiroz Galvão, que não fizeram todos os serviços sob sua responsabilidade.



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