São Paulo, quarta-feira, 24 de abril de 2002

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Itamar Franco decide intervir em conflito entre polícias mineiras

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O mais recente conflito entre a Polícia Militar e a Polícia Civil de MG, ocorrido por um bate-boca no trânsito entre a mulher de um delegado aposentado e PMs, vai parar no Palácio da Liberdade, sede do governo de Minas.
O governador do Estado, Itamar Franco (PMDB), convocou para a manhã de hoje uma reunião com a cúpula da PM e a Secretaria da Segurança, além dos secretários de Governo, Casa Civil e a Procuradoria Geral do Estado, para tentar pôr fim ao conflito.
O que deveria ser uma banal discussão de trânsito já provocou a abertura de uma investigação conjunta das corregedorias das duas corporações, além de uma declaração pública de guerra por parte de um delegado, que foi afastado das suas funções pela Secretaria da Segurança.
Na sexta-feira, em frente a um shopping center da capital mineira, um carro da PM teria fechado o veículo conduzido por Dora França. Ela teria xingado os PMs, que foram pedir os seus documentos. Se apresentando como mulher de um delegado aposentado, ela acionou a Polícia Civil.
Cerca de dez carros da Polícia Civil foram para o local. Os PMs foram cercados e formou-se a confusão, com troca de acusações e xingamentos, um suposto soco que um cabo teria recebido de um detetive, e a detenção de um segurança do shopping que fotografou o ocorrido.
Os ânimos se acirraram com as declarações do delegado Cláudio Utsch, da Delegacia de Furtos e Roubos, que disse ter ido ao local para mostrar que a Polícia Civil não "atura os abusos da PM".
"Se querem guerra, é o que vão ter", disse. Anteontem, ele foi afastado da delegacia e deslocado para uma função burocrática.
O capitão Cloves Pimenta pôs mais lenha na fogueira porque teria dito a um jornal local que a Polícia Civil sempre arruma confusão e que a PM tem dificuldades para conseguir testemunhas, "pois sabem que podem sofrer coação". O comando da PM soltou nota dizendo que o fato era isolado e que as duas corporações trabalham em "perfeita sintonia".



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