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PALACE 2
Ação contra ex-deputado, que foi encaminhada ontem ao STF, também inclui engenheiro
Procurador quer condenação de Naya
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, encaminhou ontem ao STF (Supremo Tribunal Federal) o pedido de abertura de ação penal contra o ex-deputado Sérgio Naya pelo desabamento do edifício Palace 2, no Rio de
Janeiro, em fevereiro de 1998.
Brindeiro recomenda que Naya
seja condenado pelo crime de desabamento na forma dolosa (intencional) com o resultado de
morte. Oito pessoas morreram em
consequência do desabamento e
dezenas ficaram desabrigadas. O
Código Penal prevê até oito anos
de prisão por esse crime.
Ainda que seja aberto, o processo
deverá ficar paralisado no STF até
que os ministros decidam se devem ou não abrir mão de julgar ex-parlamentares, ex-ministros de
Estado e ex-presidentes da República acusados de cometer crimes
durante o exercício do mandato.
Se acolherem essa proposta, o
processo de Naya deverá seguir
para a primeira instância da Justiça do Rio de Janeiro.
O inquérito chegou ao Supremo
em junho, mas teve andamento
lento por falhas processuais no seu
encaminhamento do Ministério
Público do Rio para a Procuradoria Geral da República.
A apresentação da denúncia
também atrasou porque Brindeiro
decidiu recomendar antes que Naya e quatro engenheiros fossem
novamente ouvidos pela Polícia
Federal. Ele prestou depoimento
em 20 de março último.
O ex-deputado é o proprietário
da empresa Sersan, responsável
pela construção do edifício Palace
2. Ele teve o mandato cassado quase dois meses após o desabamento.
Conclusão
O Ministério Público Federal
concluiu que ele agiu de forma dolosa porque teria sido omisso em
relação a providências que deveria
ter determinado para reparar erros
na construção.
A omissão estaria comprovada
por laudos técnicos.
Essa acusação está baseada em
depoimento do engenheiro Sérgio
Murilo Domingues, da construtora Sersan. Segundo a PF, ele afirmou que: "Sérgio Naya ficava sabendo de tudo o que acontecia na
obra, como por exemplo as reclamações dos moradores e as irregularidades constatadas na obra."
A denúncia enviada pelo procurador também envolve o engenheiro José Roberto Chendes,
apontado como responsável pelo
cálculo estrutural do prédio. A
conclusão do inquérito policial é
que houve erro de cálculo.
Os moradores do edifício travam
batalha judicial para receber do ex-parlamentar indenização pela perda dos bens.
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