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LUZ
Abastecimento pode ser interrompido
Eletricitários de Furnas entram em greve 2ª
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
Os eletricitários ligados à estatal
Furnas Centrais Elétricas, cujas
usinas fornecem 65% da energia
consumida na região Sudeste, iniciam na segunda-feira uma greve
por tempo indeterminado.
O presidente do Sindicato dos
Eletricitários de Furnas, Ataíde Vilela, disse que o abastecimento de
energia poderá ser interrompido.
"A manutenção das usinas vai ser
suspensa, e a operação será feita de
maneira precária."
A greve é para protestar contra a
decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
de transferir para a Eletrobrás
-holding estatal do setor elétrico- o pagamento de R$ 1 bilhão
da dívida que Furnas tem com o
fundo de pensão Real Grandeza,
dos funcionários da estatal.
A dívida está estimada em R$ 1,2
bilhão, e os trabalhadores querem
que ela seja assumida pelos compradores de Furnas (que deve ser
privatizada neste ano).
O sindicato presidido por Vilela
reúne cerca de 1.300 trabalhadores, espalhados por oito usinas.
A greve nas usinas hidrelétricas
começa a partir da 0h da segunda-feira. Na terça, está programada a
paralisação dos funcionários dos
escritórios da estatal, no Rio.
O ONS (Operador Nacional do
Sistema Elétrico), empresa privada responsável pela gestão e coordenação do setor elétrico do país,
informou ontem que não pode garantir a continuidade no fornecimento da energia de Furnas.
Uma nota dos sindicalistas do setor elétrico do Rio de Janeiro sobre
a greve, obtida pela Folha, afirma
que "é dever de todo eletricitário"
impedir que "o corpo estranho
chamado ONS" entre nas instalações de Furnas após a greve.
As diretorias de Eletrobrás e de
Furnas divulgaram ontem um comunicado informando que estão
"envidando esforços" para "assegurar a plena operação do sistema
em uma eventual paralisação".
Ontem, no Rio, a Light começou
a pagar as primeiras indenizações
a consumidores prejudicados pelo
blecaute do dia 11 de março.
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