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Laboratório pode ter "sucedido" fábrica pirata
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo
suspeita que o laboratório Lens
Surgical seja o "sucessor" de outro fabricante de produtos oftalmológicos piratas, a Oftalmopharma, cujos medicamentos
foram apreendidos em janeiro
de 2002 a partir de resolução da
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
O produto Methyl Lens Hypac
2%, fabricado pelo Lens Surgical e também sem registro, pode
ter causado cegueira em pelo
menos 12 pacientes que se submeteram a cirurgias de catarata
no Rio de Janeiro entre novembro de 2002 e fevereiro deste
ano. Eles tiveram infecção bacteriana após a operação.
O Centro de Vigilância Sanitária paulista havia interditado
um estande de vendas da Oftalmopharma em setembro de
2001, durante um congresso de
oftalmologia, por causa da ausência de registro. A Anvisa, avisada, determinou a apreensão.
Segundo Paulo Nakano, técnico da vigilância de São Paulo
que acompanha o caso, o tipo de
produto da Oftalmopharma e as
embalagens são muito semelhantes aos do Lens Surgical.
A vigilância investiga quem
são os donos das empresas para
enviar relatório à Anvisa.
Técnicos do Ministério da
Saúde chegaram ontem ao Rio
de Janeiro para investigar os pacientes que teriam perdido a visão depois da aplicação do
Methyl Lens e de outro produto
também usado em cirurgias de
catarata -para auxílio na colocação das lentes-, o Oftvisc, do
laboratório Oftvision.
Um produto semelhante, de
um terceiro laboratório farmacêutico, cujo nome a Vigilância
Sanitária de São Paulo preserva,
pode estar ligado a complicações de pacientes que passaram
por cirurgias de catarata. A vigilância tomou conhecimento do
caso a partir de relatos informais de médicos.
O centro trabalha principalmente com a hipótese de que a
água estéril utilizada no processo de fabricação possa ser a origem da contaminação.
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