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OUTRO LADO
Presos não sabem motivo da prisão, afirma advogado
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O advogado Heráclito Antonio Mossin, que representa o ex-delegado-chefe da PF
em Ribeirão José Bocamino,
o agente Luiz Claudio Santana e o advogado Fauzi José
Saab Júnior, disse que seus
clientes nem sabiam por que
haviam sido detidos ontem.
"Não foi decretada a prisão
preventiva, foi pedida apenas a temporária, e não sabemos oficialmente do que
eles são acusados. O processo está em segredo de Justiça
e vamos aguardar os acontecimentos", declarou.
A PF informou que os advogados de Wilson Alfredo
Perpétuo são de São Paulo,
mas não divulgou os nomes.
Também não permitiu que a
Folha tivesse acesso a ele.
Segundo Mossin, Bocamino e Santana, que foram
mandados para a carceragem da Polícia Federal em
Brasília, participaram ontem
de diligências na cidade.
De acordo com o advogado, a prisão temporária não
é uma "prisão propriamente
dita", já que, dentro de cinco
dias, eles podem ser liberados e retornar a Ribeirão. Segundo a PF, a prisão temporária vale por cinco dias,
prorrogáveis por mais cinco.
Por volta das 16h, os dois
delegados detidos, Bocamino e Perpétuo, e o agente
Santana viajaram em um jato a Brasília, por determinação da Justiça. Eles não estavam algemados quando deixaram a sede da PF em Ribeirão, onde os outros detidos continuam presos.
Segundo o advogado Cleber Barriê Ferraz Sampaio,
26, que defende o empresário José Antônio Martins e
sua filha, Camila Martins,
24, foram feitas buscas na casa do empresário, mas ele
não foi detido. Sua filha foi
presa em flagrante por porte
ilegal de arma durante a busca, mas, segundo Sampaio,
ela desconhecia a existência
do revólver que foi encontrado na casa pelos policiais.
A filha do empresário, segundo o advogado, entrou
em estado de choque após a
busca. Segundo ele, os agentes entraram na casa com
submetralhadoras e a assustaram. O empresário foi para
São Paulo ontem com ela.
A Folha não conseguiu encontrar os advogados de Roberto Lopes Alvares e Jair de
Morais, detidos sob a acusação de roubo de cargas. A PF
não permitiu acesso aos presos. O empresário Jorge
Wolney Atalla também não
foi localizado ontem pela
Folha. A PF não informou se
Atalla possui advogado.
A reportagem não conseguiu contato com nenhum
representante da empresa
FortService durante todo o
dia de ontem.
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