São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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OUTRO LADO

Presos não sabem motivo da prisão, afirma advogado

FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

O advogado Heráclito Antonio Mossin, que representa o ex-delegado-chefe da PF em Ribeirão José Bocamino, o agente Luiz Claudio Santana e o advogado Fauzi José Saab Júnior, disse que seus clientes nem sabiam por que haviam sido detidos ontem.
"Não foi decretada a prisão preventiva, foi pedida apenas a temporária, e não sabemos oficialmente do que eles são acusados. O processo está em segredo de Justiça e vamos aguardar os acontecimentos", declarou.
A PF informou que os advogados de Wilson Alfredo Perpétuo são de São Paulo, mas não divulgou os nomes. Também não permitiu que a Folha tivesse acesso a ele.
Segundo Mossin, Bocamino e Santana, que foram mandados para a carceragem da Polícia Federal em Brasília, participaram ontem de diligências na cidade.
De acordo com o advogado, a prisão temporária não é uma "prisão propriamente dita", já que, dentro de cinco dias, eles podem ser liberados e retornar a Ribeirão. Segundo a PF, a prisão temporária vale por cinco dias, prorrogáveis por mais cinco.
Por volta das 16h, os dois delegados detidos, Bocamino e Perpétuo, e o agente Santana viajaram em um jato a Brasília, por determinação da Justiça. Eles não estavam algemados quando deixaram a sede da PF em Ribeirão, onde os outros detidos continuam presos.
Segundo o advogado Cleber Barriê Ferraz Sampaio, 26, que defende o empresário José Antônio Martins e sua filha, Camila Martins, 24, foram feitas buscas na casa do empresário, mas ele não foi detido. Sua filha foi presa em flagrante por porte ilegal de arma durante a busca, mas, segundo Sampaio, ela desconhecia a existência do revólver que foi encontrado na casa pelos policiais.
A filha do empresário, segundo o advogado, entrou em estado de choque após a busca. Segundo ele, os agentes entraram na casa com submetralhadoras e a assustaram. O empresário foi para São Paulo ontem com ela.
A Folha não conseguiu encontrar os advogados de Roberto Lopes Alvares e Jair de Morais, detidos sob a acusação de roubo de cargas. A PF não permitiu acesso aos presos. O empresário Jorge Wolney Atalla também não foi localizado ontem pela Folha. A PF não informou se Atalla possui advogado.
A reportagem não conseguiu contato com nenhum representante da empresa FortService durante todo o dia de ontem.


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