São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2004

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Debate divide moradores

DA REPORTAGEM LOCAL

Os questionamentos sobre o projeto de lei do novo zoneamento e dos 31 planos diretores regionais na audiência pública de ontem dividiram os moradores e comerciantes entre os que achavam as propostas muito permissivas e os que julgavam o projeto restritivo. A disputa fez com que vaias e aplausos se sobrepusessem na platéia quando um morador fazia suas críticas ao projeto.
A urbanista Regina Monteiro, presidente do Defenda São Paulo, chegou a levar apitos e narizes de palhaço para a audiência. "Eu me sinto uma palhaça porque tudo o que a prefeitura mandar, eles irão aprovar", disse Monteiro, que mais uma vez reclamou da pressa com que o projeto está sendo analisado e criticou a proposta por "permitir que todo mundo faça o que bem quiser na cidade".
Monteiro não pôde utilizar os apetrechos durante a audiência pois policiais disseram a ela que isso incentivaria o tumulto.
Já para a comerciante Maria Augusta Pereira, da Associação Olímpia Viva, que reúne moradores e comerciantes da Vila Olímpia, o Defenda São Paulo tem posições muito radicais. "Eles querem manter como zona exclusivamente residencial locais onde isso não é mais possível. Para mim, se a legislação não se adequar às novas características das regiões, haverá a perpetuação das propinas."
Ela apontou como exemplo de boa discussão entre entidades o dilema sobre o uso da rua Guararapes entre as associações Sabron (Sociedade Amigos do Brooklin) e a Amebron (Associação de Moradores e Empresários do Brooklin). A rua liga o aeroporto de Congonhas à avenida Berrini. "Eles queriam que a via continuasse residencial, nós queríamos que lá pudesse ter comércio. Chegamos a um meio termo e isso é uma vitória do novo projeto de zoneamento", disse Pereira. Na proposta, a rua é considerada zona de centralidade linear.


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