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Para órgãos do governo, voar no país é seguro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais órgãos responsáveis pela aviação do país adotam um discurso de que, apesar
dos transtornos aos passageiros com a crise aérea que persiste há meses, a segurança de
vôo não está em xeque.
A opinião é contestada principalmente por representantes
de trabalhadores do setor.
"Não há risco nenhum para a
segurança de vôo no Brasil.
Agora a situação está mais disciplinada, mas sempre houve
segurança para voar no país",
afirma José Carlos Pereira, brigadeiro e presidente da Infraero -empresa que gerencia a infra-estrutura aeroportuária.
"Quem cuida do espaço aéreo
brasileiro é a Aeronáutica, e ela
faz isso com extrema qualidade. Se a Aeronáutica diz que é
seguro voar no Brasil, não temos por que duvidar disso",
afirma Milton Zuanazzi, diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O Ministério da Defesa afirma que "sempre foi seguro"
viajar de avião no país e que são
cumpridas "as recomendações
vigentes internacionalmente
com vistas à prestação de um
serviço público adequado".
"Nós não colocamos em xeque a questão da segurança. Há
atrasos, mas a segurança nunca
foi sacrificada", reforça Antonio Ramirez Lorenzo, major
que é chefe da divisão de imprensa da Aeronáutica.
A Folha realizou uma enquete com diversos segmentos
-representantes governamentais, de trabalhadores e especialistas. Se por parte dos órgãos da aviação as declarações
visam tranqüilizar os passageiros, muitos funcionários vêem
agravamento dos riscos devido
à falta de investimentos, à tensão e à insatisfação no trabalho.
"Se não houver uma intervenção séria no setor, podemos
ter sim mais um acidente sério
no Brasil. Não há segurança no
solo, faltam funcionários, não
há equipamentos para verificar
líquidos presentes em bagagens, as obras são de fachada",
diz Leandro Carlos Pinheiro,
porta-voz do Sina (Sindicato
Nacional dos Aeroportuários).
Entre especialistas, as avaliações divergem -a maioria costuma demonstrar preocupação
diante da situação, aponta diversos problemas, mas evita fazer declarações alarmistas.
O procurador do Trabalho
em São Paulo Fabio Fernandes
avalia que não há segurança
"por problemas constantes nos
equipamentos e condições inadequadas de trabalho dos controladores de tráfego aéreo".
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