São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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Para órgãos do governo, voar no país é seguro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os principais órgãos responsáveis pela aviação do país adotam um discurso de que, apesar dos transtornos aos passageiros com a crise aérea que persiste há meses, a segurança de vôo não está em xeque.
A opinião é contestada principalmente por representantes de trabalhadores do setor.
"Não há risco nenhum para a segurança de vôo no Brasil. Agora a situação está mais disciplinada, mas sempre houve segurança para voar no país", afirma José Carlos Pereira, brigadeiro e presidente da Infraero -empresa que gerencia a infra-estrutura aeroportuária.
"Quem cuida do espaço aéreo brasileiro é a Aeronáutica, e ela faz isso com extrema qualidade. Se a Aeronáutica diz que é seguro voar no Brasil, não temos por que duvidar disso", afirma Milton Zuanazzi, diretor-presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
O Ministério da Defesa afirma que "sempre foi seguro" viajar de avião no país e que são cumpridas "as recomendações vigentes internacionalmente com vistas à prestação de um serviço público adequado".
"Nós não colocamos em xeque a questão da segurança. Há atrasos, mas a segurança nunca foi sacrificada", reforça Antonio Ramirez Lorenzo, major que é chefe da divisão de imprensa da Aeronáutica.
A Folha realizou uma enquete com diversos segmentos -representantes governamentais, de trabalhadores e especialistas. Se por parte dos órgãos da aviação as declarações visam tranqüilizar os passageiros, muitos funcionários vêem agravamento dos riscos devido à falta de investimentos, à tensão e à insatisfação no trabalho.
"Se não houver uma intervenção séria no setor, podemos ter sim mais um acidente sério no Brasil. Não há segurança no solo, faltam funcionários, não há equipamentos para verificar líquidos presentes em bagagens, as obras são de fachada", diz Leandro Carlos Pinheiro, porta-voz do Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários).
Entre especialistas, as avaliações divergem -a maioria costuma demonstrar preocupação diante da situação, aponta diversos problemas, mas evita fazer declarações alarmistas.
O procurador do Trabalho em São Paulo Fabio Fernandes avalia que não há segurança "por problemas constantes nos equipamentos e condições inadequadas de trabalho dos controladores de tráfego aéreo".


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