São Paulo, quarta-feira, 24 de junho de 2009

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Nível do rio Negro sobe e causa enchentes em pontos turísticos de Manaus

KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

As inundações causadas pela cheia do rio Negro já atingem pontos turísticos de Manaus, como o Relógio Municipal, o prédio da Alfândega, a Feira Manaus Moderna e a praia da Ponta Negra. Parte das avenidas Eduardo Ribeiro e Sete de Setembro, no centro, foram interditadas.
Os pedestres agora precisam andar em passarelas improvisadas de madeira, substituindo as calçadas. O nível do rio Negro já estava ontem em 29,67 metros, dois centímetros abaixo da marca histórica de 1953 (29,69 metros).
Na Feira Manaus Moderna, 120 bancas de alimentos foram tomadas pelas águas, segundo a prefeitura. Foram colocados no entorno do local sacos de areia e cimento para reduzir o impacto da cheia.
Na praia da Ponta Negra, a rede elétrica e duas estações de energia, que estão submersas, foram desligadas. "Nós fizemos uma rede elétrica aérea para que a área de lazer não ficasse no escuro", disse Orlando Câmara, coordenador de projetos da Fundação Municipal de Cultura e Turismo.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) diz que as chuvas em Manaus este mês são atípicas. Foram 160 milímetros até ontem-a média normal é de 113,06 mm. Lúcia Gularte, meteorologista, disse que as chuvas nas nascentes do rio Negro, na Colômbia, influenciam no aumento no volume de água.
Em Manaus, 29 famílias estão desabrigadas, segundo a Defesa Civil Municipal. A cheia atinge cerca de 18 mil pessoas, que moram na margem do rio Negro, mas não abandonam as casas por temor de saque e para aguardar cadastramento do governo do Estado, visando indenização.
No bairro São Raimundo, zona oeste de Manaus, as palafitas estão com água quase na altura do teto.
A dona de casa Aimê Carvalho, 52, disse que queria ir para o abrigo, mas tinha medo de que sua casa fosse saqueada. No abrigo montado numa escola há 73 pessoas (sendo 38 crianças) alojadas.
Marlene Silva, 44, estava em uma sala com sete filhos -entre eles uma jovem de 15 anos, com um recém-nascido. "O rio tomou a minha casa. Perdi tudo", disse Marlene.


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