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Foco
Nível do rio Negro sobe e causa enchentes em pontos turísticos de Manaus
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
As inundações causadas pela cheia do rio Negro já atingem pontos turísticos de Manaus, como o Relógio Municipal, o prédio da Alfândega, a
Feira Manaus Moderna e a
praia da Ponta Negra. Parte
das avenidas Eduardo Ribeiro
e Sete de Setembro, no centro,
foram interditadas.
Os pedestres agora precisam andar em passarelas improvisadas de madeira, substituindo as calçadas. O nível
do rio Negro já estava ontem
em 29,67 metros, dois centímetros abaixo da marca histórica de 1953 (29,69 metros).
Na Feira Manaus Moderna,
120 bancas de alimentos foram tomadas pelas águas, segundo a prefeitura. Foram colocados no entorno do local
sacos de areia e cimento para
reduzir o impacto da cheia.
Na praia da Ponta Negra, a
rede elétrica e duas estações
de energia, que estão submersas, foram desligadas. "Nós fizemos uma rede elétrica aérea
para que a área de lazer não ficasse no escuro", disse Orlando Câmara, coordenador de
projetos da Fundação Municipal de Cultura e Turismo.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) diz que
as chuvas em Manaus este
mês são atípicas. Foram 160
milímetros até ontem-a média normal é de 113,06 mm.
Lúcia Gularte, meteorologista, disse que as chuvas nas
nascentes do rio Negro, na
Colômbia, influenciam no aumento no volume de água.
Em Manaus, 29 famílias estão desabrigadas, segundo a
Defesa Civil Municipal. A
cheia atinge cerca de 18 mil
pessoas, que moram na margem do rio Negro, mas não
abandonam as casas por temor de saque e para aguardar
cadastramento do governo do
Estado, visando indenização.
No bairro São Raimundo,
zona oeste de Manaus, as palafitas estão com água quase
na altura do teto.
A dona de casa Aimê Carvalho, 52, disse que queria ir para o abrigo, mas tinha medo de
que sua casa fosse saqueada.
No abrigo montado numa escola há 73 pessoas (sendo 38
crianças) alojadas.
Marlene Silva, 44, estava
em uma sala com sete filhos
-entre eles uma jovem de 15
anos, com um recém-nascido.
"O rio tomou a minha casa.
Perdi tudo", disse Marlene.
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