São Paulo, sexta, 24 de julho de 1998

Próximo Texto | Índice

REMÉDIOS FALSOS
Gonzalo Vecina Neto, ex-integrante da equipe de Paulo Maluf na prefeitura, será o secretário do órgão
Diretor do HC vai assumir Vigilância

BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília

Gonzalo Vecina Neto, ex-integrante da equipe de Paulo Maluf na Prefeitura de São Paulo, vai assumir a Secretaria Nacional da Vigilância Sanitária. A área contará com orçamento de pelo menos R$ 100 milhões em 99.
O novo secretário da Vigilância é atualmente diretor do Instituto Central do Hospital das Clínicas de São Paulo. Ele foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal da Saúde paulistana de janeiro a agosto de 93, na gestão Maluf.
Vecina esteve ontem em Brasília para conversar com integrantes da cúpula do ministério. Mestre em administração na área de saúde pela Fundação Getúlio Vargas, ele é médico do Hospital das Clínicas desde 80. Foi consultor de diversos órgãos internacionais para a área de saúde, entre eles o Banco Mundial e a Organização Pan-Americana de Saúde.
Vecina também é professor concursado da Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo).
Ele tomará posse na próxima semana. Até lá, o secretário-executivo da Saúde, Barjas Negri, ficará como interino na direção da Vigilância Sanitária.
Segundo Negri, o ministro José Serra determinou prioridade para a constituição da agência que substituirá a secretaria a partir do ano que vem. Uma equipe está elaborando o projeto, que será publicado para debate em agosto. Técnicos do Ministério da Administração e Reforma do Estado estão ajudando no trabalho.
"Já estou fazendo o orçamento de 99 e reservando pelo menos R$ 100 milhões para a Vigilância", disse o secretário-executivo.
Para este ano, o orçamento inicial previsto para a Vigilância era de R$ 80 milhões. A expectativa é que o ano feche com um gasto de R$ 50 milhões. Segundo Negri, isso representa dez vezes mais do que o gasto registrado em 96.
De acordo com o secretário, a aplicação de recursos em 98 será menor do que a prevista porque a forma de funcionamento atual do órgão (por intermédio de convênios) dificulta o uso do dinheiro, problema que seria resolvido com a constituição da agência.
"A agência será uma autarquia, será mais flexível e terá autonomia de gestão. A tendência é que tenha receitas próprias, um quadro de funcionários bem remunerados e estabilidade no corpo diretivo", disse Negri.
Com o órgão, terão de ser redefinidas as funções das Vigilâncias de Estados e municípios.
"Tudo está sendo discutido, do que exatamente a agência vai cuidar, alimentos, cosméticos, como ficará o enfoque nos diferentes níveis do sistema de Vigilância. A questão dos medicamentos é a mais presente porque se mostrou um descalabro no meio de produção das indústrias químicas colocando em risco a saúde da população", disse Negri.


Colaborou RENATA GIRALDI, da Sucursal de Brasília



Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.