da Sucursal de Brasília

Marta Nóbrega, ex-secretária nacional da Vigilância Sanitária, reconheceu que deu pouca atenção à denúncia enviada pelo CRF (Conselho Regional de Farmácia). A seguir, os principais trechos da entrevista concedida ontem.

Pergunta - Por que a sra. pediu demissão?
Marta Nóbrega - Perdemos 80% do pessoal na área de medicamentos. Para levar adiante todo esse trabalho, que não é apenas a rotina da Vigilância, mas também pensar no projeto futuro da agência, é muito desgastante. Nós nunca cumpríamos só o horário de oito horas por dia. É fundamental que venha gente com sangue novo.

Pergunta - A sra. nunca soube da situação de acúmulo de função?
Marta - Infelizmente não era de conhecimento de todo mundo a situação de dupla atividade.

Pergunta - A sra. acha que há mais nomes?
Marta - Claro.

Pergunta - A sra. leu o ofício mandado pelo CRF dia 10 de julho, fazendo a denúncia?
Marta - Quando olhamos o documento, olhamos pelo lado das sugestões sobre falsificação. É só o artigo seis que faz menção ao acúmulo de funções. Isso nós temos que confessar: realmente que passou.

Pergunta - Alguém foi negligente ao não dar atenção ao item seis?
Marta - Não. O que aconteceu foi que, no fundo, se deu mais atenção aos outros itens. Não foi falha minha. A medida de afastamento seria tomada de qualquer forma.

Pergunta - O que a sra. acha da crítica que o ministro José Serra fez do encaminhamento que o documento recebeu?
Marta - O ministro não fez crítica, fez um desabafo.



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