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GASTROENTEROLOGIA
Congresso discute mal-estar por refluxo durante a digestão
da Reportagem Local
Uma enfermidade que lembra o
regurgitar das crianças está atacando um número cada vez
maior de adultos, no mundo todo. Na criança, no geral, o regurgitar é uma reação normal e desaparece ao redor de um ano idade.
No adulto, a doença do refluxo
gastroesofágico -ou DRGE-
provoca incômodos como queimação e azia e pode levar a problemas sérios nas vias aéreas e até
causar câncer no esôfago.
A doença não é nova, mas o que
intriga os médicos é seu crescimento nas últimas décadas. Hoje,
estima-se que 10% da população
adulta sofra do mal. Nos EUA, são
15 milhões de pessoas. Vinte anos
atrás, a doença não era contabilizada nem chegava a preocupar.
Outra questão é a dificuldade do
diagnóstico, já que o ácido gástrico, ao "subir" do estômago para o
esôfago -cujo tecido não está
preparado para recebê-lo-, pode provocar vários problemas, de
dificuldades respiratórias a fortes
dores no peito. Por serem estranhas à região, essas células podem
causar tumores.
A DRGE será um dos principais
temas do 6º Encontro Internacional de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva que acontece no
Centro de Convenções Rebouças
de São Paulo entre os dias 5 e 7 de
agosto.
A doença do refluxo gástrico é
provocada por uma falha no anel
regulador (o esfíncter gastroesofágico) que controla a passagem
do esôfago para o estômago.
Quando uma pessoa fica de ponta-cabeça, é esse anel que impede
a passagem dos alimentos de um
compartimento para outro.
As causas dessa falha no anel regulador podem ser provocadas
por algum tipo de alimentação ou
estresse, mas são apenas hipóteses. "Ainda não sabemos porque
a doença está crescendo", diz o
professor Antonio Laudanna, titular de gastroenterologia clínica
da Faculdade de Medicina da USP
e presidente do congresso.
O importante -diz o médico-
é uma maior atenção ao diagnóstico, para que a DRGE possa ser
identificada e tratada. Na Finlândia, por exemplo, um estudo
mostrou que 75% das pessoas
com problemas respiratórios e
com suspeitas de refluxo eram, de
fato, portadoras do DRGE.
Entre os vários conferencistas
estrangeiros, o chileno Flavio
Nervi vai falar sobre as dores torácicas -que lembram anginas- e
que na verdade são provocadas
pelo refluxo gástrico. Muitos pacientes correm para o cardiologista quando na verdade estão sofrendo da DRGE, diz Laudanna.
Tese derrubada
O congresso deste ano também
reforça a derrubada de uma tese
que perdurou durante décadas
nos meios médicos: a de que as
doenças do estômago -e de todo
o sistema digestivo- eram predominantemente de "fundo nervoso" ou psicológico.
No centro deste debate está o
"intestino irritável", que subiu do
estágio de doença para o de síndrome, o que caracteriza um conjunto de sintomas de causas múltiplas. A síndrome do intestino irritável se apresenta dentro de um
quadro de dores e desconforto na
região abdominal e irregularidade intestinal.
Informações sobre o congresso pelo tel. 0/
xx/11/543-2532 ou pela Internet: www.fugesp.gov.br
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