São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2005

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PANORÂMICA

RIO


Advogado admite ter posto filho de Romário em contato com traficante, diz polícia
O advogado Marcelo Santoro foi indiciado ontem pela Polícia Civil do Rio sob acusação de corrupção de menores e associação para o tráfico. Ele afirmou, segundo a polícia, que levava o filho de 11 anos do jogador de futebol Romário até uma boca-de-fumo na favela da Rocinha (zona sul do Rio de Janeiro).
Segundo a polícia, Marcelo admitiu, em depoimento que durou cerca de três horas, ter colocado o filho do jogador para falar por telefone com o chefe da venda de drogas na Rocinha, Erismar Rodrigues Moreira, o Bem-Te-Vi. À saída do depoimento, Santoro não quis falar com os jornalistas.
Irmão de Mônica Santoro, ex-mulher de Romário, o advogado é apontado pela polícia fluminense como o principal elo entre jogadores de futebol com traficantes da Rocinha. Há um ano e meio, Santoro levava Romarinho, como é conhecido o filho do jogador, para a favela.
"Ele está seriamente encrencado. Levar uma criança para uma boca-de-fumo é algo realmente assustador", disse a inspetora Marina Maggessi, responsável pelas investigações sobre o traficante Bem-Te-Vi.
De acordo com Marina Maggessi, o advogado poderá ser preso de acordo com determinação da Justiça. "Ele está incluído em três artigos do Código Penal e do Estatuto da Criança e do Adolescente. Vamos ouvir também o Romário para dar andamento no processo."
Marcelo Santoro aparece em grampos da Polinter como um agenciador de jogadores de futebol e mulheres para jogos e festas na Rocinha. Ele fazia questão, segundo as gravações, de que os jogadores falassem com o traficante Bem-Te-Vi. Um dos atletas que mantiveram contato com o traficante, com intermediação do advogado, foi o goleiro da seleção Júlio César. (DA SUCURSAL DO RIO)


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