São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2004

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TRÂNSITO

Às 12h, percurso entre Eusébio Matoso e Paulista demorou 28 minutos, mais do que nos horários de pico da manhã e da tarde

Na Rebouças, rush é na hora do almoço

DA REPORTAGEM LOCAL

A hora de pico de quem trafega nas avenidas Eusébio Matoso/Rebouças é inversa à da maioria do sistema viário de São Paulo: os períodos próximos ao almoço são os que têm apresentado mais lentidão, e não as primeiras horas da manhã nem as últimas da tarde.
Esse fenômeno foi observado por técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) desde a inauguração do túnel sob a Brigadeiro Faria Lima e do corredor de ônibus da via, na semana passada, e foi confirmado na medição de ontem feita com a Folha.
Ontem pela manhã, segundo a medição oficial da CET em toda a cidade, São Paulo registrou a maior quantidade de filas de veículos parados às 9h -com 102 km. Nesse momento, entretanto, a Rebouças tinha situação relativamente tranqüila -os motoristas demoravam de 14 a 15 minutos para atravessá-la por inteiro no sentido bairro-centro.
Às 12h, a situação se invertia: enquanto a cidade tinha somente 51 km de engarrafamento, a ligação da Eusébio Matoso à Paulista registrava a maior demora do dia -eram necessários mais de 28 minutos para percorrê-la.
Nas medições feitas em maio de 2003, a CET considerou somente os períodos das 7h às 11h e das 16h às 20h. Portanto, não há margem para comparação. Na época, porém, a duração máxima verificada no deslocamento do bairro ao centro passava de 37 minutos.
De janeiro de 2004 para cá, quando a construção dos túneis da Rebouças e da Cidade Jardim levou a uma série de interdições nas regiões central e oeste de São Paulo, esse tempo chegou a ser feito pela reportagem em mais de 40 minutos -com velocidade média inferior a 6 km/h, próxima à da maioria dos pedestres.

Rodízio
Há vários fatores citados por técnicos da CET para explicar a concentração de trânsito na Rebouças nos horários intermediários, próximos do almoço.
O rodízio municipal de veículos é um deles, já que não há restrições de circulação das 10h às 17h. Ontem, das 10h às 11h, carros com finais de placa 7 e 8 (que estavam proibidos de rodar até esse horário) predominavam em trechos da via percorridos pela Folha.
Mas essa é uma situação que não se restringe a esse eixo viário. A saída das escolas é apontada como outra explicação -já que muitas mães buscam os filhos nesses horários intermediários.
A Rebouças pode ser utilizada como via de acesso a colégios como São Luiz e Mackenzie.
O secretário de Projetos Especiais da prefeitura, Valdemir Garreta, acrescenta ainda a concentração de restaurantes nos Jardins -que teria reflexos na Rebouças.
Os congestionamentos enfrentados fora das horas de pico ainda surpreendiam a revoltavam muitos motoristas ontem, entre 11h e 13h. "Para mim não mudou nada. Continua tudo ruim igual", afirmava Fabiano Lauer, 25.
"O trânsito continua ruim, como antes da reforma", reforçava Washington Luis de Camargo, 33, instalador de rede de segurança que usava a avenida próximo ao horário do almoço.


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