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TRÂNSITO
Às 12h, percurso entre Eusébio Matoso e Paulista demorou 28 minutos, mais do que nos horários de pico da manhã e da tarde
Na Rebouças, rush é na hora do almoço
DA REPORTAGEM LOCAL
A hora de pico de quem trafega
nas avenidas Eusébio Matoso/Rebouças é inversa à da maioria do
sistema viário de São Paulo: os períodos próximos ao almoço são os
que têm apresentado mais lentidão, e não as primeiras horas da
manhã nem as últimas da tarde.
Esse fenômeno foi observado
por técnicos da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego) desde
a inauguração do túnel sob a Brigadeiro Faria Lima e do corredor
de ônibus da via, na semana passada, e foi confirmado na medição de ontem feita com a Folha.
Ontem pela manhã, segundo a
medição oficial da CET em toda a
cidade, São Paulo registrou a
maior quantidade de filas de veículos parados às 9h -com 102
km. Nesse momento, entretanto,
a Rebouças tinha situação relativamente tranqüila -os motoristas demoravam de 14 a 15 minutos
para atravessá-la por inteiro no
sentido bairro-centro.
Às 12h, a situação se invertia:
enquanto a cidade tinha somente
51 km de engarrafamento, a ligação da Eusébio Matoso à Paulista
registrava a maior demora do dia
-eram necessários mais de 28
minutos para percorrê-la.
Nas medições feitas em maio de
2003, a CET considerou somente
os períodos das 7h às 11h e das 16h
às 20h. Portanto, não há margem
para comparação. Na época, porém, a duração máxima verificada
no deslocamento do bairro ao
centro passava de 37 minutos.
De janeiro de 2004 para cá,
quando a construção dos túneis
da Rebouças e da Cidade Jardim
levou a uma série de interdições
nas regiões central e oeste de São
Paulo, esse tempo chegou a ser
feito pela reportagem em mais de
40 minutos -com velocidade
média inferior a 6 km/h, próxima
à da maioria dos pedestres.
Rodízio
Há vários fatores citados por
técnicos da CET para explicar a
concentração de trânsito na Rebouças nos horários intermediários, próximos do almoço.
O rodízio municipal de veículos
é um deles, já que não há restrições de circulação das 10h às 17h.
Ontem, das 10h às 11h, carros com
finais de placa 7 e 8 (que estavam
proibidos de rodar até esse horário) predominavam em trechos
da via percorridos pela Folha.
Mas essa é uma situação que
não se restringe a esse eixo viário.
A saída das escolas é apontada como outra explicação -já que
muitas mães buscam os filhos
nesses horários intermediários.
A Rebouças pode ser utilizada
como via de acesso a colégios como São Luiz e Mackenzie.
O secretário de Projetos Especiais da prefeitura, Valdemir Garreta, acrescenta ainda a concentração de restaurantes nos Jardins
-que teria reflexos na Rebouças.
Os congestionamentos enfrentados fora das horas de pico ainda
surpreendiam a revoltavam muitos motoristas ontem, entre 11h e
13h. "Para mim não mudou nada.
Continua tudo ruim igual", afirmava Fabiano Lauer, 25.
"O trânsito continua ruim, como antes da reforma", reforçava
Washington Luis de Camargo, 33,
instalador de rede de segurança
que usava a avenida próximo ao
horário do almoço.
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