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ELISA ERCOLANI OCCHIALINI (1914-2008)
As brincadeiras e cantigas italianas
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
De todos ali que bebericavam esporadicamente, a única a não sair nocauteada pelo
álcool nos encontros de família era dona Isa, lembra o
filho Rodolfo, cardiologista.
Elisa Occhialini adorava
uma caipirinha. "Era a que
mais bebia e estava sempre
sóbria", brinca o médico.
Filha de imigrantes italianos, cresceu e viveu por longos anos no Cambuci, centro
de SP. O pai era perfumista,
dono de uma importadora de
essências, e a mãe, dona-de-casa. Com eles, aprendeu
cantigas e brincadeiras de
origem italiana, que passou
para os filhos (dois), netos
(oito) e bisnetos (dez).
Em 1933, casou-se com um
alfaiate. Foram morar num
sobrado, até então a única
casa da rua Oliveira Lima, no
centro. "Quando chovia, alagava tudo, tínhamos que levar os móveis para o andar de
cima", conta Rodolfo.
O marido desistiu das roupas que fazia com o pai e
abriu uma gráfica, cujos serviços eram prestados principalmente para bancos.
Mudaram-se, depois, para
uma casa nova, que excluiu
da rotina da família os alagamentos. Nela, adoravam receber os amigos. O que fazia
das reuniões um sucesso era
o espaguete de dona Isa.
Há 24 anos, ficou viúva. O
marido, já com problemas de
saúde, caiu no quarto e não
resistiu às hemorragias.
Para o filho, a mãe viveu
muito porque "caminhava
todos os dias". Em maio, teve
um AVC (acidente vascular
cerebral). Devido à doença,
morreu no sábado, aos 94,
em São Paulo, de insuficiência respiratória.
obituario@folhasp.com.br
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