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Assembléia adia discussão de veto a cigarro
Acordo entre tucanos e petistas fez discussão sobre projeto do governo do Estado ficar para depois das eleições municipais
Antes do adiamento, deputados votariam relatório que "ressuscitaria" 13 de 16 emendas contrárias à lei antifumo de José Serra
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Diante da pressão de sindicatos ligados a bares, restaurantes e hotéis, a Assembléia Legislativa de São Paulo adiou para depois das eleições a discussão sobre o projeto do governo
para aumentar a restrição do
tabagismo em locais fechados.
Ontem, a comissão de Saúde
da Casa votaria o relatório do
petista Marcos Martins que
"ressuscitou" 13 das 16 emendas derrubadas pelo parecer do
líder do governo, Barros Munhoz (PSDB), entre elas as que
autorizam os estabelecimentos
a implantar os fumódromos em
locais fechados.
O fim dos locais destinados a
fumantes é a espinha dorsal do
projeto do governador José
Serra (PSDB) e, ao mesmo tempo, o principal item de descontentamento das entidades representativas -patronal e dos
trabalhadores- de bares, restaurantes e hotéis.
Com camisetas, faixas e panfletos, um grupo de manifestantes ligado a essas entidades
tomou o plenário para pressionar os deputados. E conseguiu.
Mesmo com a maioria para
derrubar o relatório, a base do
governo aceitou um acordo
com o PT para adiar para depois do primeiro turno (5 de
outubro) a votação.
"Lógico que podíamos [derrubar o relatório]. Mas demos a
demonstração de que estamos
plenamente dispostos ao diálogo. Qual a diferença de votar o
projeto agora ou daqui a um
mês?", diz Munhoz. "Esse relatório vai ser derrubado, sem a
menor sombra de dúvidas."
A base governista também
aceitou fazer uma audiência
pública para discutir o assunto.
Vaz de Lima disse ainda que
também deve adiar para depois
do segundo turno das eleições
(26 de outubro) a votação do
projeto porque prevê faltar
quórum e, ainda, para o resultado não sofrer eventuais interferências eleitorais. "Como está
no momento eleitoral, com
uma coisa dessas o indivíduo
[deputado] pode se preocupar.
Se ele não puder entrar nessa
dividida, ele vai fazer. Isso é
questão de sobrevivência política, absolutamente normal."
O diretor da federação patronal dos hotéis, bares e restaurantes, Telmo Cortes de Carvalho, disse ter ficado feliz com o
adiamento. "Não somos contra
a discussão, não somos contra a
organização. Mas o cidadão não
precisa ser tão tutelado pelo
Estado", disse. Para ele, pode
haver a perda de mais clientes
com a nova legislação, além daqueles perdidos com a lei seca.
"O movimento caiu de 20% a
30%. Barzinho caiu 40%, 50%.
A pessoa prefere comer uma
pizza, por exemplo, em casa."
O líder da bancada petista,
Roberto Felício, disse que a
bancada governista aceitou o
acordo porque sentiu que iria
levar "muita vaia".
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