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SAÚDE
Opas se reúne para tentar manter a meta de erradicação até o ano 2000
Argentina diz que o Brasil exportou surto de sarampo
da Reportagem Local
A epidemia de sarampo que
atingiu o Brasil no ano passado foi
exportada para a Argentina -e
viajou de avião. Essa é a principal
explicação do governo argentino
para a chegada do vírus do sarampo ao país, que tem hoje 5.456 casos confirmados em laboratório.
A Argentina é hoje campeã de
sarampo no continente americano, onde há 7.067 casos.
A Organização Pan-Americana
da Saúde supõe que a epidemia
Argentina já tenha se espalhado,
atingindo também a Bolívia, que
tem 208 casos confirmados de sarampo, e o Paraguai, que passou
de 2 para 18 casos em uma semana.
No Brasil, segundo país do continente em número de casos da
doença, o surto ainda continua,
embora em proporções menos
alarmantes. Desde o início do ano,
foram 1.295 casos. Em 1997, 51.352
pessoas foram contaminadas.
Preocupada com esses dados, a
Opas realiza hoje em Washington
uma reunião com representantes
de ministérios da Saúde para apresentar um plano de emergência
para o sarampo no continente.
A entidade, braço da Organização Mundial da Saúde, quer garantir que a meta de erradicação
do sarampo no continente até o
ano 2000 seja cumprida.
Segundo Ciro de Quadros, diretor do programa de imunização da
Opas, o plano prevê, entre outras
medidas, o envio de especialistas
para assessorar os países onde o
sarampo ainda é preocupante.
Por avião
Os epidemiólogos argentinos e
da Opas consideram quase certo
que o vírus do sarampo tenha chegado à Argentina de avião, vindo
de São Paulo.
Isso porque, segundo a chefe do
programa de imunizações argentino, Isabel Miceli, as investigações
epidemiológicas revelaram que o
primeiro caso do surto argentino
foi o de uma funcionária de limpeza da Varig no aeroporto de Buenos Aires. A capital argentina registra hoje 60% dos casos.
De acordo com Isabel, há fortes
indícios de que o sarampo tenha
vindo de São Paulo, mas só o estudo genético do vírus poderá revelar se ele é o mesmo que atingiu
São Paulo. Ela disse acreditar que
ainda é possível cumprir a meta
estabelecida pela Opas. "Talvez
tenhamos um atraso, mas de um
ano, no máximo."
(MG)
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