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EDUCAÇÃO
Conclusão é de sociólogo que analisou condição dos prédios e desempenho dos alunos de 440 escolas
Ambiente escolar influencia rendimento
da Sucursal de Brasília
Os serviços e ambientes educacionais da escola influem positivamente no rendimento dos alunos. Quanto mais bem equipada a
escola, melhor o desempenho.
Essa é uma das principais conclusões do sociólogo Julio Jacobo
Waiselfisz a partir dos dados levantados pelo MEC. Waiselfisz
cruzou os dados da situação física
dos prédios com o desempenho
dos alunos no Saeb.
Como a avaliação não é aplicada
em todas as escolas, a análise de
Waiselfisz se limitou a 440 escolas
que faziam parte das 10,2 mil cuja
situação física foi levantada pelo
Fundescola e cujos alunos haviam
feito o último Saeb, em 97.
Waiselfisz analisou o desempenho de todos os 37.015 alunos
desses estabelecimentos que fizeram o Saeb. Segundo ele, existe
uma correlação positiva entre os
serviços oferecidos pela escola e a
qualidade do ensino ministrado.
"Em todas as séries e disciplinas
testadas pelo Saeb, a proficiência
aumenta na medida em que cresce o número de ambientes escolares disponíveis", diz Waiselfisz.
O sociólogo explica que analisou também o nível socioeconômico das famílias para ter certeza
de que era a escola que exercia influência no desempenho dos alunos e não apenas o nível educacional e socioeconômico dos pais.
"É de se esperar que as camadas
mais elevadas enviem seus filhos
às escolas públicas mais bem
equipadas. Logo, havia a hipótese
de que o melhor desempenho
desses alunos fosse fruto da influência familiar."
Segundo Waiselfisz, embora o
nível familiar apresente uma forte
influência no desempenho dos
alunos, a oferta de melhores oportunidades de aprendizagem, associada ao tamanho da escola, também influencia o desempenho.
O sociólogo também fez um
contraponto entre a influência
dos serviços oferecidos pela escola no desempenho dos alunos no
Brasil e nos Estados Unidos.
"Nos EUA, as pesquisas mostram que quase não há relação entre desempenho dos alunos e as
condições da escola. Mas lá não
há diferença significativa, porque
todas têm o mínimo necessário."
O raciocínio de Waiselfisz é
confirmado por um estudo do
Banco Mundial, de 1992.
O estudo mostra que, nos países
desenvolvidos, a formação dos
pais tem mais impacto do que as
condições e tamanho das escolas.
Já nos subdesenvolvidos, ocorre o
contrário.
(DF)
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