|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ACIDENTE
Engenheiro diz que guindaste que causou morte de estudante passou por revisão
Construtora nega falta de manutenção
CHICO DE GOIS
da Reportagem Local
A Construtora Romeu Chap
Chap descartou a possibilidade de
falta de manutenção em guindaste que causou a morte da estudante Milene Modesto, 28, anteontem
à noite, na avenida Paulista, região central de São Paulo.
O acidente ocorreu às 23h40 da
noite de sexta-feira. Milene, que
voltava do trabalho, foi atingida
na cabeça e morreu na hora. Pelo
menos mais um pedestre feriu-se,
mas sem gravidade.
Uma peça do guindaste, um
carrinho, soltou-se e caiu de uma
altura de cerca de nove andares,
de um edifício cuja reforma está
sendo feita pela Chap Chap.
Na queda, o carrinho atingiu e
rompeu a proteção de madeira
utilizada para impedir que objetos atinjam a calçada.
O engenheiro José Carlos Zacarias, responsável pela construtora, disse que o guindaste funcionava havia três meses na obra e
passou por revisão antes de entrar
em operação. Além disso, segundo ele, os cabos do equipamento
foram trocados na semana passada. Ele não soube explicar por que
o carrinho se soltou e caiu fora do
limite do canteiro de obras.
"O braço do guindaste é projetado para não ultrapassar esse limite." O carrinho, pesando cerca
de 40 quilos, despencou de uma
altura de 40 metros, segundo Zacarias. A altura total do prédio, de
22 andares, é de 90 metros.
O equipamento é alugado da
Grumont Equipamentos de
Construção e estava sendo operado por José Neto Cardoso da Silva, 41. Ontem, nenhum diretor da
empresa foi localizado para falar
sobre o acidente. O operador de
máquinas disse à polícia que não
percebeu que o carrinho havia se
soltado e provocado o acidente. O
caso foi registrado no 78º DP.
O engenheiro responsável pela
Construtora Chap Chap afirmou
que na hora do acidente havia
quatro funcionários na obra. "Fazemos este trabalho com o guindaste à noite justamente para evitar possíveis acidentes com pedestres. Só a perícia poderá explicar o que aconteceu."
O pai da estudante, o médico
Nelson Pires Modesto, 59, é professor titular de clínica médica e
oncologia na PUC de Campinas.
Ele foi avisado às 5h de ontem.
Modesto afirmou que sua filha ia
se encontrar com uma amiga e,
juntas, iriam para um bar na Penha, zona leste, onde o marido de
Milene, iria se apresentar.
Milene morava em São Paulo
desde os 18 anos. Ela deixou Campinas para estudar Administração e Ciências Sociais na USP.
Agora, segundo o pai, ela fazia
pós-graduação na USP. Ele não
disse se processará a construtora.
Texto Anterior: Gilberto Dimenstein: Sinal de cretinice Próximo Texto: Heliópolis: Rota ocupa favela de Heliópolis Índice
|