|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Cidade de Cerqueira César tem 15 mil habitantes; tio voltou a dizer que alguém próximo ao jovem está ligado ao crime
Enterro de estudante da USP reúne 3.000 no interior
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de 3.000 pessoas, segundo
a Polícia Militar, compareceram
ontem ao enterro do estudante
Ângelo Luís Cominelli, 20, no
município de Cerqueira César
(287 km de São Paulo). A cidade
tem 15.144 habitantes, de acordo
com o Censo 2000.
Cominelli, aluno do segundo
ano de engenharia mecânica da
Universidade de São Paulo, foi
achado morto na noite de terça-feira, boiando no rio Tietê, próximo à ponte do Limão (zona norte
de São Paulo), já em avançado estado de putrefação. O rapaz estava desaparecido desde a última
sexta, após participar da "peruada" -festa tradicional dos alunos
de direito da USP, realizada no
largo de São Francisco (centro).
Na cerimônia, sobre o caixão lacrado, os amigos deixaram camisetas nas quais estavam escritas
declarações de amizade, amor e
admiração. Durante o sepultamento, trechos de músicas do
grupo O Rappa foram cantados.
A pedido do pai de Cominelli, o
comerciante Adão José Cominelli, 50, a multidão aplaudiu o estudante. O comerciante, que durante todo o velório esteve sob o efeito de calmantes, pediu que os presentes não chorassem.
Abel Pedro Ribeiro, prefeito da
cidade e tio de Cominelli, voltou a
dizer ontem acreditar que alguém
muito próximo do rapaz esteja ligado à morte. "Estive em contato
com pessoas próximas ao Ângelo
em São Paulo e colhi informações
importantes que podem ajudar a
polícia a achar quem o matou. Tenho certeza de que ele foi jogado
no rio Tietê já sem vida."
Segundo Ribeiro, seu sobrinho
não morreu afogado. "Na autópsia, o legista me disse que o Ângelo morreu por asfixia, mas que
não havia água no pulmão. Isso
quer dizer que a asfixia foi provocada por alguma coisa que ele ingeriu, pois seu corpo também não
apresentava sinais de violência."
A Folha apurou no IML (Instituto Médico Legal) que o corpo
não apresentava sinais externos
de violência e que, por enquanto,
não se pode descartar a hipótese
de morte por afogamento, porque
o pulmão estava necrosado.
Amostras de tecidos foram enviadas para análises de dosagem alcoólica e toxicológica.
Ontem, o delegado Mauro Argachoff, do DHPP (departamento
de homicídios), começou a ouvir
amigos do estudante, inclusive os
que moravam com ele.
Antes de desaparecer, o estudante teria feito um saque num
caixa eletrônico de R$ 30. O celular que ele usava desapareceu e a
polícia tenta rastrear se o telefone
continuou a ser usado.
(ANDRÉ CARAMANTE e ALESSANDRO SILVA)
Texto Anterior: Desarmamento: Após alterações, Câmara aprova estatuto Próximo Texto: Polícia quer saber local onde corpo foi visto Índice
|