São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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PLANTÃO MÉDICO

Brasileiros contribuem para vacina

JULIO ABRAMCZYK

Victor e Ruth Nussenzweig são dois brasileiros que pesquisam, nos laboratórios da Universidade de Nova York, há muitos anos, uma vacina contra a malária.
Foram muitos anos em que ninguém acreditava na possibilidade de um dia existir uma vacina antimalárica. Finalmente, na semana passada, o trabalho de mais de 30 anos frutificou. A vacina RTS,S/ ASO2A, usada em Moçambique ("The Lancet" 2004;364:1411-20) em testes contra a malária, é baseada nas pesquisas pioneiras dos Nussenzweig.
Ela se mostrou efetiva, mas é apenas o início de um longo caminho até poder ser usada em massa no Brasil e em países endêmicos da África.
A vacina usa a atividade inibitória dos anticorpos à proteína CS (Circumsporozoite protein). O CS é o elo necessário para os esporozoítos, um dos ciclos do parasita da malária, invadirem as células do fígado. Os esporozoítos, concentrados na glândula salivar do mosquito, são introduzidos na corrente sanguínea das pessoas pela picada do inseto.
É nesta fase (ciclo exoeritrocitário) que o tipo de vacina sugerida pelos Nussenzweig atua, antes que os glóbulos vermelhos do sangue se infectem com o Plasmodium falciparum e impede que o parasita da malária continue seu ciclo vital.
A vacina usada no teste foi desenvolvida no Instituto Walter Reed, EUA, em colaboração com a GlaxoSmithKline Biologicals.

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