São Paulo, segunda-feira, 24 de outubro de 2005

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Em PE, presos votam em urnas dentro de cadeia

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Em Recife (PE), uma das capitais mais violentas do Brasil, presos que ainda aguardam julgamento votaram ontem no referendo sobre a proibição da venda legal de armas e munições.
Seções eleitorais foram criadas dentro dos próprios presídios. Urnas eletrônicas foram instaladas nas unidades penais, evitando, assim, a saída dos detentos a outros locais de votação.
Na capital, 80 presos que manifestaram interesse em votar -entre eles 20 mulheres- foram cadastrados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Outros 152 detentos de quatro cidades do interior do Estado também puderam participaram da consulta.
"Faço questão de votar, mesmo na cadeia", disse o ex-comerciante José Carlos Sena, 41, há seis anos detido no presídio Aníbal Bruno, em Recife, acusado de matar a mulher, a facadas, em 1999.
Sena não revela seu voto, alegando questão de segurança. "Aqui dentro alguns podem não entender a minha posição." Segundo ele, em conversas informais, o "não" predominava no presídio. "A maioria pensa na segurança da família e acha que proibir a venda de armas não mudaria nada", afirma. O ex-comerciante foi condenado em primeira instância a 16 anos de prisão, mas recorreu. Por isso, o processo ainda continua aberto.
Segundo o TRE, a legislação eleitoral permite voto de eleitores não condenados judicialmente.


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