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Em PE, presos votam em urnas dentro de cadeia
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Em Recife (PE), uma das capitais mais violentas do Brasil, presos que ainda aguardam julgamento votaram ontem no referendo sobre a proibição da venda
legal de armas e munições.
Seções eleitorais foram criadas
dentro dos próprios presídios.
Urnas eletrônicas foram instaladas nas unidades penais, evitando, assim, a saída dos detentos a
outros locais de votação.
Na capital, 80 presos que manifestaram interesse em votar -entre eles 20 mulheres- foram cadastrados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Outros 152 detentos de quatro cidades do interior do Estado também puderam
participaram da consulta.
"Faço questão de votar, mesmo
na cadeia", disse o ex-comerciante José Carlos Sena, 41, há seis
anos detido no presídio Aníbal
Bruno, em Recife, acusado de matar a mulher, a facadas, em 1999.
Sena não revela seu voto, alegando questão de segurança.
"Aqui dentro alguns podem não
entender a minha posição." Segundo ele, em conversas informais, o "não" predominava no
presídio. "A maioria pensa na segurança da família e acha que
proibir a venda de armas não mudaria nada", afirma. O ex-comerciante foi condenado em primeira
instância a 16 anos de prisão, mas
recorreu. Por isso, o processo ainda continua aberto.
Segundo o TRE, a legislação
eleitoral permite voto de eleitores
não condenados judicialmente.
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