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REFERENDO/A VOTAÇÃO
O Brasil que foi às urnas
Alberto César Araújo/"Correio Amazonense"
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Eleitores de comunidade no AM caminham em trecho com lama para votar ontem |
DA REPORTAGEM LOCAL
A maior consulta popular da história do Brasil transcorreu
sem os ingredientes das eleições tradicionais. As ruas estiveram
mais movimentadas do que em um domingo comum, mas, de um
modo geral, os locais de votação não tiveram boca-de-urna e as
grandes capitais ficaram livres da sujeira de santinhos e cartazes
em postes, muros e calçadas. Também não foram registrados incidentes violentos nem longas esperas ou filas de dobrar quarteirão.
A pergunta sobre se a comercialização de armas de fogo e munição deve ou não ser proibida não chegou a acirrar os ânimos
nem mesmo de moradores habituados com a insegurança pública.
No Grajaú, distrito mais violento da cidade de São Paulo, as salas
de votação estiveram vazias durante a maior parte do tempo.
Nas zonas onde votam moradores da Rocinha e do Vidigal, no
Rio de Janeiro, houve fila somente no período da manhã. "É bem
diferente do que uma eleição com candidatos. O referendo está
transcorrendo de forma muito tranqüila", afirmou José Segundo,
um dos coordenadores da votação no local.
Um incidente do referendo ocorreu num lugar mais distante
dos centros urbanos violentos do país. Na comunidade de Urucarazinho, distrito de Uricurituba (207 quilômetros ao leste de Manaus), no Amazonas, foi dada anistia da votação aos seus 210 eleitores. Isso porque, com a estiagem no Estado, não foi possível a
Justiça Eleitoral enviar a urna eletrônica para a consulta. O lago por
onde ela seria transportada secou, e a comunidade ficou isolada.
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