COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A guerra pelos caça-níqueis na zona oeste do Rio é a disputa pelo controle de um mercado que movimenta R$ 300 milhões por ano, de acordo com documentos arrecadados pela Polícia Federal.
O conflito entre a West Rio Games e a Ivegê começou após a morte de Paulinho de Andrade, filho de Castor de Andrade e herdeiro natural do império do contraventor, que inclui a jogatina de caça-níqueis e o jogo do bicho, além de empresas, incluindo de pesca, no Rio e em outros Estados.
Castor morreu em 1996 e Paulinho foi assassinado em 98 na Barra da Tijuca a mando dos primos Rogério e Renato de Andrade. Condenados pelo crime, ambos estão foragidos.
Na partilha do espólio do contraventor, Rogério e Renato ficariam com o jogo do bicho, enquanto Fernando Iggnácio de Miranda, genro de Castor, assumiria os caça-níqueis. Mas os irmãos entraram no território de Miranda, colocando máquinas em bares da zona oeste, deflagrando a guerra.
Em novembro de 2004, grupos de policiais ligados às duas empresas iniciaram uma série de badernas por vários bairros da zona oeste, quebrando máquinas uma da outra.
Pelo menos 3 mil máquinas das duas empresas foram destruídas nos últimos 11 meses e dezenas de estabelecimentos comerciais foram depredados e seus proprietários ameaçados.
Paralelamente, começaram os homicídios. Um total de 12 são investigados pela polícia.
Outros casos de assassinatos ainda estão sem solução, como o caso do técnico em eletrônica Sérgio Maciel, morto a tiros na porta da casa de seus pais, em Bangu, em 2001. Ele teria sido morto por engano, pois o alvo seria seu irmão, Sílvio Maciel, advogado da empresa Ivegê.
A violência fez com que o secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, determinasse a apreensão de todas as máquinas no Estado, mas uma liminar obtida na Justiça pela Ivegê permite o funcionamento dos caça-níqueis.
Suspeita-se que os grupos tenham feito acordos com traficantes para sustentar a guerra com armas e homens recrutados nas favelas. (JMX)


Texto Anterior: Jogo ilegal: PF investiga chefe da Polícia Civil do Rio
Próximo Texto: Infância: Falta dos pais deprime crianças em Bastos
Índice