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Contra cansaço, motoristas usam até anfetaminas
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o presidente da Associação dos Caminhoneiros Autônomos, Norival
Silva, a causa do acidente
na Anhangüera pode estar
ligada à rotina desgastante
de um caminhoneiro.
Devido às longas jornadas de trabalho, muitos
motoristas recorrem aos
rebites, anfetaminas que
retardam o sono. Essas
drogas, no entanto, se consumidas em excesso, podem ter efeito contrário:
levar o motorista a apagar
em plena estrada.
O uso de droga foi admitido por motoristas em
uma pesquisa de 2000
com 43 caminhoneiros. O
estudo, feito pela bióloga
Cláudia Moreno, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP, apontou que 83,3% diziam usar
mais de 50 comprimidos
de anfetaminas por mês.
"Isso acontece. O cara é
obrigado a fazer viagem de
São Paulo a Belém em 64
horas, e só consegue se tomar droga", concorda o
presidente da ABCAM
(Associação Brasileira dos
Caminhoneiros), José
Fonseca.
Além disso, de acordo
com Norival Silva, caminhoneiros que trabalham
com entrega de água -como o que dirigia o veículo
que se acidentou na
Anhangüera- estão mais
suscetíveis a acidentes por
trabalhar de madrugada,
abastecendo empresas para que tenham água durante o dia.
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