São Paulo, terça-feira, 24 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Caminhão derruba passarela e pára rodovia

Acidente interditou a Anhangüera por cerca de 10 horas próximo à marginal Tietê, o que complicou o trânsito na região

Motorista, de 24 anos, está internado em estado grave; só neste ano, outros três caminhões derrubaram passarelas na Grande SP

AFRA BALAZINA
RICARDO GALLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um caminhão-pipa carregado de água derrubou uma passarela de pedestres de 60 toneladas na rodovia Anhangüera na madrugada de ontem e interditou os dois sentidos da pista por cerca de 10 horas.
O sentido capital só foi liberado completamente às 17h, cerca de 15 horas após o acidente, ocorrido na cidade de São Paulo, no km 17 da rodovia.
O motorista do caminhão, Samuel de Jesus Ferreira, 24, teve traumatismo craniano e foi levado para o Hospital Regional de Osasco. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, ele está em coma e corre risco de morte. Ferreira trabalha para a empresa Transporte de Água Santo Elias, que não se manifestou sobre o acidente.
O veículo, que pesava 24 toneladas com a carga, seguia no sentido capital quando bateu num pilar de sustentação da passarela, feita de concreto armado. O choque derrubou a passarela. Antes, o caminhão ainda derrubou 60 m da defensa metálica e 5 m da proteção de concreto na lateral da pista.
Por causa do acidente, na marginal Tietê houve um congestionamento de 4 km no sentido Castello Branco, às 9h. Na rodovia dos Bandeirantes, para onde o trânsito da Anhangüera foi desviado, houve lentidão do km 24 ao km 13, das 6h às 9h. Na Anhangüera, até a liberação da pista no sentido interior, houve lentidão do km 15 ao 12.

Causas do acidente
A Polícia Rodoviária investiga as causas do acidente. Segundo o tenente Maurício Guerra, o motorista pode ter dormido ou sofrido um mal súbito. Também pode ter havido problemas no veículo. "Sem conversar com o motorista, é difícil entender o que ocorreu. Não há marcas de frenagem do caminhão." Engenheiros da AutoBan -concessionária que administra a Anhangüera- dizem que o mais provável é que o motorista tenha dormido.
Passam cerca de 62 mil veículos por dia naquele trecho da Anhangüera, nos dois sentidos. A AutoBan não informou quantos pedestres utilizam a passarela do km 17, mas disse que a construção da passagem é necessária quando o fluxo de pessoas é, em média, maior que 80 pessoas por hora.

Remoção da passarela
Foram necessários dois guindastes para içar a passarela e retirá-la da pista. Enquanto isso, uma escavadeira escorou o pilar de sustentação. O sentido interior da Anhangüera foi liberado às 12h. Por volta das 13h, uma faixa do sentido capital foi desinterditada. A última faixa só foi liberada às 17h.
O gerente de obras da AutoBan, José Alberto Moita, 47, diz que a concessionária ainda estuda a melhor solução, mas que é provável a colocação de uma passarela metálica na área provisoriamente. Isso deve ocorrer em 15 dias. Também há a possibilidade de reaproveitar a viga de concreto e colocar outro pilar. Essa solução, porém, levaria mais tempo.
É a quarta vez neste ano que um caminhão bate numa passarela na Grande São Paulo. Há 16 dias, um caminhão se chocou contra uma na rodovia Presidente Dutra. Em setembro, a caçamba de um caminhão entalou na passarela de uma estação do metrô paulistano. Em julho, um caminhão derrubou a passarela em frente ao aeroporto de Congonhas.


Texto Anterior: Para Infraero, falha humana é causa provável
Próximo Texto: Contra cansaço, motoristas usam até anfetaminas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.