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Policiais em greve protestam na Assembléia
Segurança do local foi feita apenas por PMs mulheres; também ocorreram protestos em mais 9 cidades
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DO RIO
Um dia depois de rejeitar a
proposta do governo, policiais
civis de São Paulo -em greve
desde o dia 16 de setembro-
voltaram a protestar ontem na
Assembléia Legislativa e em
mais nove cidades do Estado.
Não houve registro de incidentes, como ocorreu na quinta-feira da semana passada,
quando policiais civis e militares se enfrentaram próximo ao
Palácio dos Bandeirantes, deixando cerca de 30 feridos.
Houve atos em Piracicaba,
Marília, Bauru, Botucatu, Araçatuba, São José do Rio Preto,
Araraquara, Presidente Prudente e Ribeirão Preto.
Na Assembléia, o temor de
novos confrontos fez com que
os PMs homens que fazem a segurança fossem afastados ontem. Só ficaram as mulheres.
Também por precaução, o
quartel do Exército, nos fundos
da Assembléia, ficou com os
portões fechados à tarde.
Cerca de 300 manifestantes
foram ao local. Pelo menos três
policiais foram vistos portando
arma de forma ostensiva do lado de fora da Assembléia. Dentro dela,a reportagem viu apenas policiais desarmados.
Os grevistas tentam pressionar os deputados estaduais a
aprovarem mudanças nos projetos enviados pelo governador
José Serra (PSDB) com alterações na estrutura da Polícia Civil -como aposentadoria especial e incorporação de parte dos
benefícios aos aposentados.
Os policiais já haviam rejeitado a proposta salarial encaminhada pelo governo, que prevê
dois reajustes salariais de 6,5%,
em janeiro e em 2010. O aumento, segundo o governo, custará R$ 830 milhões em 2009 e
R$ 1,2 bilhão em 2010.
Os policiais querem 15% de
reajuste imediato, mais duas
parcelas anuais de 12% e aumento nas incorporações.
O líder do governo, o tucano
Barros Munhoz, e o líder da
bancada do PSDB, Samuel Moreira, dizem estar abertos ao
diálogo, mas que não podem
aceitar uma mudança superior
aos R$ 830 milhões definidos
pelo governo para o reajuste.
Munhoz também rechaçou a
possibilidade de os reajustes e
benefícios oferecidos para a
Polícia Civil não serem estendidos à PM, como querem os grevistas. "É impraticável. Aí, você
põe fogo no Estado."
Policiais ouvidos pela Folha
dizem que um dos motivos para a greve ter sido mantida foi a
extensão aos PMs dos benefícios conquistados pelos civis.
Os militares passaram a ser vistos pelos civis como favoráveis
à gestão Serra depois do confronto de quinta-feira.
Após sinalizarem o final da
greve, as entidades de policiais
classificaram as propostas do
governo como uma "afronta".
(ROGÉRIO PAGNAN, JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e LUIS KAWAGUTI)
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