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Anhangabaú é a locação preferida para comerciais
Região do vale paulistano, onde fica o viaduto do Chá, atrai produtores pela "universalidade" e "unidade estética'
No vídeo, local pode se passar por qualquer outra metrópole de "país de primeiro mundo", diz cineasta
VANESSA CORREA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Vestido com um terno, o
executivo dirige seu carro pelas ruas de uma metrópole de
primeiro mundo. Ele poderia
estar em Nova York ou Paris.
Mas ele é na verdade um
ator e está em um comercial,
filmado na região do Anhangabaú, centro de São Paulo,
locação preferida das produtoras de filmes publicitários.
Diretores de cinema também têm prestigiado a região
central em suas obras.
A pedido da Folha, a Secretaria de Coordenação das
Subprefeituras elaborou um
ranking com as 16 ruas para
as quais mais foram emitidas
autorizações de filmagem
(veja ao lado). Exceto para
gravações com a câmera no
ombro, é preciso obter a autorização do município.
"Quando pensamos em
grandes metrópoles, o que
vem à nossa mente é a arquitetura mais antiga, como a de
Nova York. O centro de São
Paulo passa essa ideia de primeiro mundo", diz Paula
Trabulsi, cineasta e sócia-diretora da BossaNovaFilms.
A produtora elaborou recentemente um comercial
para os sucos Tang, no qual
crianças dançam no viaduto
Santa Ifigênia, que cruza o
vale do Anhangabaú.
Outra vantagem do centro
para filmagens, explica Paula, é a "universalidade" da
região. São Paulo não pode
ser identificada, não remete
a nenhuma outra cidade e a
nenhuma outra região do
mundo. Por isso, afirma a cineasta, também é muito procurada para filmes e comerciais estrangeiros.
O centro da capital paulista também pode ser qualquer
cidade, com sua arquitetura
variada, "dos anos 20, 40,
60, 70. Os estrangeiros ficam
ensandecidos com as possibilidades", diz Paula.
Segundo ela, os edifícios
construídos nestas duas últimas décadas remetem ao leste europeu, e poderiam até
mesmo ambientar um filme
cuja história se desenrola naquela parte do mundo.
"O vale do Anhangabaú
tem prédios históricos, bonitos. Queríamos um lugar
aberto, urbano, com bastante circulação de pessoas, e
essa foi a melhor opção",
afirma Júlio Taubkin, diretor
da produtora Colmeia.
Na sexta-feira, ele filmou
no local um "evento documental" para colocar no site
da marca de eletrônicos LG.
Não deu detalhes do projeto, que usou celulares pendurados em forma de móbile
e uma grande caixa transparente cheia de abelhas.
Na questão "universalidade", Taubkin concorda com
sua colega cineasta. "Essa arquitetura copiada de fora é
muito universal. Uma pessoa
mais nova não vai saber se é
Buenos Aires ou São Paulo."
Ele aponta ainda a unidade estética do centro como
vantagem. "Quando você
muda o plano, não são acrescentados elementos novos.
Toda a cena vai mostrar um
lugar parecido." Para o diretor, tanto o centro quanto a
avenida Paulista, também no
topo das mais filmadas,
transmitem essa clareza.
Entre os lugares que já filmou, Taubkin cita o Beco do
Batman, na Vila Madalena
(zona oeste de São Paulo), e a
avenida Faria Lima e seus
prédios "monumentais".
A Lei Cidade Limpa também ajudou muito. Segundo
Paula, foi uma "revolução
imagética". Para ela, essa
limpeza visual "normalmente só se encontra em países
de primeiro mundo".
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