DE SÃO PAULO

As escolas que promovem viagens mais caras afirmam que os passeios são optativos, e que o pagamento delas é facilitado, por meio de parcelamentos ou de descontos.
No I.L. Peretz, quando um aluno quer participar mas não tem condições financeiras, recebe a ajuda de pais de outros colegas ou até de parceiros da escola.
A Lourenço Castanho oferece alternativas para os estudantes que optam por não participar. Os que não foram à Brasília, que tinha como alvo de estudo a arquitetura e o funcionamento do Poder Legislativo, foram visitar a Câmara de SP com a escola.
Os colégios defendem ainda que as viagens funcionam como um aprofundamento do conteúdo visto em sala.
"A viagem ao Canadá é uma forma de eles se desenvolverem não apenas no inglês, mas também na vida", afirma a professora de inglês do Santa Cruz, Patrícia de Aguiar, que os acompanha.
Os alunos citam ainda outra vantagem das viagens escolares: "ela aproxima diversos grupos de amigos que antes não tinham contato e a gente sempre fica mais próximo do professor", diz Laura Azevedo, 17, estudante do Lourenço Castanho.
Mas para o professor da Faculdade de Educação da USP Ocimar Alavarse as viagens muito caras podem criar situações de desigualdade nas escolas.
"As atividades escolares devem incluir todos os alunos, buscar uma igualdade de resultados. Na medida em que [a escola] promove atividades em que a participação é mais favorável para quem tem mais dinheiro, reforça as diferenças socioeconômicas", diz.
Para evitar isso, pais da escola Waldorf Rudolf Steiner, na zona sul, costumam fazer uma "poupança" da sala. No início do ano, a escola informa o destino de viagem de estudo que pretende promover e todos depositam mensalmente uma parte do valor.

Você concorda com viagens caras na escola?
Vote na enquete
folha.com.br/1029413


Texto Anterior: Análise/Excursões ao exterior: Olhar para além dos muros é um desafio
Próximo Texto: Frase
Índice | Comunicar Erros