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Hospitais de SP ampliam instalações
Instituições como o Albert Einstein, o Sírio-Libanês e o Oswaldo Cruz inauguram unidades em outros bairros
Centros particulares investem para aliviar a superlotação de suas sedes, que já chegaram a recusar clientela
CLÁUDIA COLLUCCI
DE SÃO PAULO
Um hospital ao lado da sua
casa. É com esse mote que os
principais hospitais de ponta
da cidade de São Paulo estão
inaugurando unidades fora
de suas sedes.
O primeiro passo foi dado
pelo Albert Einstein, com a
inauguração de uma unidade em Perdizes, na zona oeste, em agosto. No próximo
mês, é a vez de o Sírio-Libanês e o Oswaldo Cruz fazerem o mesmo, abrindo "filiais" no Itaim Bibi (zona oeste) e no Campo Belo (zona
sul), respectivamente.
No maior processo de expansão já visto na capital
paulista, são mais de 1.400
novos leitos a serem entregues até 2015. São Paulo tem
34.875 vagas hospitalares
-21 mil particulares. Os investimentos em novas instalações e equipamentos somam R$ 2,6 bilhões.
A palavra-chave é descentralização. A maioria das instituições investe em unidades fora das sedes para aliviar a superlotação e expandir serviços que não precisam ser realizados nos grandes hospitais, como quimioterapia, exames e pequenas
cirurgias.
Já não era sem tempo. Salas de espera lotadas, demora no atendimento e falta de
leitos de internação há muito
deixaram de ser problemas
exclusivos do sistema público de saúde. Nos últimos dois
anos, esperar horas pelo
atendimento no pronto-socorro de hospitais de ponta
virou rotina. Em momentos
críticos, algumas instituições
chegam a recusar clientela.
No ano passado, por
exemplo, o Sírio-Libanês teve de dizer não a pacientes
que estavam internados em
outros hospitais e que pediam transferência para a
instituição. Já o Samaritano
estima que, em dias de maior
movimento, perca até 25%
dos pacientes. Ao ver uma fila de espera longa, muitos
procuram outro hospital.
Além de expandir o número de leitos e salas cirúrgicas,
os hospitais estão focando
em novos nichos, como as
unidades "day clinic", onde
os pacientes passam por pequenos procedimentos e têm
alta no mesmo dia.
PLANOS DE SAÚDE
O envelhecimento da população, aliado ao crescimento econômico do país,
explica o aumento da procura pela rede hospitalar paulistana, segundo os especialistas. Em sete anos, a parcela de habitantes com mais de
60 anos cresceu 17% em SP.
Para Henrique Salvador
Silva, presidente da Anahp
(Associação Nacional dos
Hospitais Privados), mais
pessoas estão tendo acesso à
saúde suplementar e a hospitais de primeira linha.
De 2003 a 2009, cerca de 1
milhão de paulistanos aderiram a planos de saúde.
Atualmente, 6,4 milhões de
moradores estão inseridos na
saúde suplementar, segundo
a ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar).
"Com o crescimento da
economia, as empresas estão
oferecendo planos de saúde
mais abrangentes aos funcionários e suas famílias. A tendência é que haja um crescimento contínuo da procura
por leitos hospitalares de melhor qualidade", diz Silva.
INTERNACIONAL
Ao mesmo tempo em que
cuidam da demanda reprimida, os hospitais veem um novo filão: o turismo da saúde.
O negócio, que movimenta
no mundo todo US$ 60 bilhões por ano, conseguiu
reunir os principais hospitais
concorrentes em torno da
causa de promover a oferta
hospitalar paulista fora do
Brasil.
O Albert Einstein foi pioneiro, há dez anos. De lá para
cá, só viu crescer sua clientela estrangeira, que somou,
em 2009, 4.800 pacientes. Os
hospitais Sírio-Libanês, Oswaldo Cruz, Samaritano e
HCor (Hospital do Coração)
seguem a mesma trilha.
Todas essas instituições já
receberam certificados internacionais, o que permite que
estrangeiros façam procedimentos médicos no Brasil e
depois sejam reeembolsados
pelos seguros de saúde de
seus países.
Colaborou FLÁVIA MANTOVANI
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