São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2000

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Estado só apóia bilhete único se PT pagar o prejuízo do sistema

ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo do Estado anunciou ontem que só aceita a criação do bilhete único para o transporte na cidade de São Paulo, se a prefeitura pagar o prejuízo do sistema.
A proposta do bilhete único foi feita pelo deputado estadual petista Carlos Zarattini, 41, indicado anteontem pela prefeita eleita da cidade, Marta Suplicy, para assumir a Secretaria Municipal dos Transportes.
"Pensamos em um bilhete válido por duas horas, e, nesse período, o passageiro pega quantos ônibus precisar. Vamos negociar com o Estado para o bilhete também ser usado no metrô, trens e ônibus intermunicipais", disse Zarattini ontem.
"Se o usuário vai pagar a mesma coisa usando mais serviços, alguém vai ter que arcar com os prejuízos. Se a prefeitura do PT bancar essa diferença, tudo bem", disse o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Claudio de Senna Frederico, 57.
O futuro secretário petista argumenta que a prefeitura pretende recuperar o número de usuários, que há quatro anos chegou a 180 milhões de passageiros por mês; hoje é pouco mais de 92 milhões. "Além disso, o bilhete único custaria algo entre uma e duas passagens simples atuais", disse.
O secretário estadual disse que, no metrô e trens, o passageiro já faz a baldeação com um só bilhete e o governo vai implantar o bilhete único também para os ônibus intermunicipais, batizado de "Metropass" (passaporte metropolitano), até 2002.
"A prefeitura gosta de pirotecnia. Gosta de apresentar idéias, sem dizer como operacionalizar", disse o secretário do Estado.
"É possível aumentar a receita do sistema com o bilhete único. Há estudos que apontam um ponto de equilíbrio, que o torna viável", disse Zarattini.
Zarattini também não confirmou se a prefeitura vai dobrar o número de peruas regularizadas, como dizia Marta durante a campanha. Hoje São Paulo tem 4.042 cadastradas e, segundo os perueiros, mais 15 mil clandestinas.
"Vamos regularizar parte delas", disse o futuro secretário. "Não faço a menor idéia", respondeu ao ser questionado sobre o número. Ele disse que a proposta é estudar as linhas e pôr as peruas em rotas auxiliares e completares, "não competindo com o ônibus".



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