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Estado só apóia bilhete único se PT pagar o prejuízo do sistema
ESTANISLAU MARIA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo do Estado anunciou
ontem que só aceita a criação do
bilhete único para o transporte na
cidade de São Paulo, se a prefeitura pagar o prejuízo do sistema.
A proposta do bilhete único foi
feita pelo deputado estadual petista Carlos Zarattini, 41, indicado
anteontem pela prefeita eleita da
cidade, Marta Suplicy, para assumir a Secretaria Municipal dos
Transportes.
"Pensamos em um bilhete válido por duas horas, e, nesse período, o passageiro pega quantos
ônibus precisar. Vamos negociar
com o Estado para o bilhete também ser usado no metrô, trens e
ônibus intermunicipais", disse
Zarattini ontem.
"Se o usuário vai pagar a mesma
coisa usando mais serviços, alguém vai ter que arcar com os
prejuízos. Se a prefeitura do PT
bancar essa diferença, tudo bem",
disse o secretário estadual de
Transportes Metropolitanos,
Claudio de Senna Frederico, 57.
O futuro secretário petista argumenta que a prefeitura pretende
recuperar o número de usuários,
que há quatro anos chegou a 180
milhões de passageiros por mês;
hoje é pouco mais de 92 milhões.
"Além disso, o bilhete único custaria algo entre uma e duas passagens simples atuais", disse.
O secretário estadual disse que,
no metrô e trens, o passageiro já
faz a baldeação com um só bilhete
e o governo vai implantar o bilhete único também para os ônibus
intermunicipais, batizado de
"Metropass" (passaporte metropolitano), até 2002.
"A prefeitura gosta de pirotecnia. Gosta de apresentar idéias,
sem dizer como operacionalizar",
disse o secretário do Estado.
"É possível aumentar a receita
do sistema com o bilhete único.
Há estudos que apontam um
ponto de equilíbrio, que o torna
viável", disse Zarattini.
Zarattini também não confirmou se a prefeitura vai dobrar o
número de peruas regularizadas,
como dizia Marta durante a campanha. Hoje São Paulo tem 4.042
cadastradas e, segundo os perueiros, mais 15 mil clandestinas.
"Vamos regularizar parte delas", disse o futuro secretário.
"Não faço a menor idéia", respondeu ao ser questionado sobre o
número. Ele disse que a proposta
é estudar as linhas e pôr as peruas
em rotas auxiliares e completares,
"não competindo com o ônibus".
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