São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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ENTREVISTA

Evolução da plástica de calvície atrai homens para o consultório

AURELIANO BIANCARELLI
ENVIADO ESPECIAL A SALVADOR

A cirurgia plástica vem crescendo, mudando de cara e de sexo. Em 1994, havia 2.860 profissionais registrados na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Naquele ano, foram feitas cerca de 100 mil cirurgias plásticas, 70% eram estéticas, 30% reparadoras, 90% foram feitas em mulheres, 10% em homens.
No ano passado, os cirurgiões plásticos credenciados eram 3.800, foram feitas 360 mil cirurgias, metade estética e metade reparadora, e a participação dos homens cresceu para 30%.
As plásticas em adolescentes passaram de 5%, em 94, para 14%, no ano passado.
"A tendência é que o número de homens que fazem cirurgia plástica continue crescendo", diz Carlos Eduardo Leão, ex-presidente da regional mineira da SBCP e especialista em cirurgia do microtransplante capilar.
Na avaliação de Leão, foi o boom da cirurgia da calvície, na década de 90, que levou os homens para o consultório do cirurgião plástico.
Abaixo, trechos da entrevista que Leão concedeu à Folha como participante do 39º Congresso Brasileiro de Cirurgia Plástica, que terminou neste sábado em Salvador.

Folha - O que tem a ver a calvície com o aumento da cirurgia plástica em homens?
Carlos Eduardo Leão
- A calvície é o maior trauma estético do homem. Nos anos 90, o transplante capilar foi a técnica em cirurgia plástica que mais evoluiu. Antes, a cirurgia da calvície deixava marcas, era perceptível. Hoje não. As técnicas são menos agressivas, as anestesias mais seguras e o retorno à atividade profissional é mais rápido.
Quando perceberam que a plástica da calvície dava certo, muitos homens passaram a procurar pelo cirurgião plástico para outras soluções.
Passaram a ser vistos e a entrar nas salas de espera naturalmente, antes preferiam se esconder.

Folha - Quais outras cirurgias os homens passaram a fazer?
Leão
- Depois da cirurgia da calvície, que é a campeã, as operações mais procuradas são as de pálpebras, a do rejuvenescimento facial -a cirurgia do rosto conhecida como lifting- e a lipoaspiração, principalmente a dos pneus, na cintura. Todas elas têm resultados excelentes, o homem sai se sentindo melhor.

Folha - Qual é a hora para o homem fazer uma plástica?
Leão
- No caso da calvície, há jovens que preferem fazer uma cirurgia assim que começam a perder cabelos. Nesse caso, terão que fazer outros transplantes, à medida que os cabelos originais forem caindo. Se agir assim, nunca ficará sem cabelos. No entanto muitos outros homens só fazem a cirurgia quando já perderam boa parte do cabelo.
Mas tanto essa cirurgia, como as outras, a decisão e o momento de fazê-la depende de cada um. O envelhecimento é uma queda, você olha no espelho e nota que a pele está caindo aqui ou ali. Tem gente que observa isso e vê como um processo natural, esse não vai fazer uma plástica.
Mas o corpo costuma ter o tempo do nosso espírito. Se meu espírito é jovial e não condiz com meu corpo envelhecendo, haverá uma contradição. Se você olha no espelho e não gosta do que vê, e você tem condições financeiras, por que não investir em você?
Se você pode, e seu espírito pede, você deve procurar um cirurgião plástico. É um investimento em você mesmo, que ninguém vai tirar.
Mas há um fato que considero importante: o paciente que faz uma plástica tem que ter personalidade, porque no dia seguinte as pessoas vão notar que ele está mais moço. Tem que fazer a plástica e assumir.

Folha - E quanto custa para o homem esse remoçar?
Leão
- Não há uma tabela e a SBCP não gosta que se fale em preços. É importante, sempre, procurar um profissional especializado e de confiança. Mas, no geral, um transplante capilar custa entre R$ 4.000 e R$ 6.000. Uma cirurgia de pálpebra fica entre R$ 3.000 e R$ 5.000. Um lifting, entre R$ 8.000 e R$ 10 mil. E uma lipoaspiração pode ficar entre R$ 3.000 e R$ 6.000.


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