São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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Até a Anistia Internacional reage às críticas

DA REPORTAGEM LOCAL

Os ataques do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ao Judiciário e às entidades civis geraram protestos não apenas dos acusados mas também de organizações como a Anistia Internacional.
Para a presidente da Amar (associação de mães de internos), Conceição Paganele, as acusações do governador são uma tentativa de desmoralizar a entidade. "Em vez de cumprir a lei, [Alckmin] acusa pessoas que fazem um trabalho digno", afirmou. Segundo ela, "o governo está no caminho errado". ""Em vez de estar ao nosso lado, nos critica."
Ariel de Castro Alves, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, classificou como "uma tentativa absurda de intimidação" as críticas de Alckmin. "É uma tentativa de transferir a culpa, em vez de assumir sua responsabilidade", disse.
Tim Cahill, pesquisador da Anistia Internacional para o Brasil, afirmou que as declarações do governador são "das piores coisas que a gente tem visto em questões de direitos humanos". "É um ataque emblemático. Fico chocado que o governo continue buscando desculpas para os problemas da Febem. É uma preocupação para a Anistia quando os governos passam a fazer esses ataques às organizações."
A Comissão de Criança e Adolescente do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo emitiu nota dizendo que a fala de Alckmin foi uma tentativa de fugir das responsabilidades "pelas condições de saúde física e psíquica dos adolescentes".
O Tribunal de Justiça e o Ministério Público foram procurados, mas não haviam respondido até a conclusão desta edição.


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