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ENSINO SUPERIOR
A farmacêutica Suely Vilela, 51, defende maior oferta de vagas à noite e fortalecimento da graduação
Alckmin confirma que USP terá sua primeira reitora
VICTOR RAMOS
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), confirmou ontem que a USP terá, pela
primeira vez em seus 71 anos,
uma mulher no posto de reitor
-cargo mais alto da instituição.
O lugar será ocupado pela farmacêutica Suely Vilela, 51.
No último dia 8, ela venceu o segundo turno da eleição na principal universidade do país. A escolha, porém, é feita pelo governador, que decide entre os três candidatos mais bem votados. Tradicionalmente, é indicado aquele
que encabeça a lista tríplice.
Alckmin disse que optou por
Vilela justamente por ela ter vencido a eleição e por causa de seu
"excelente currículo". A farmacêutica é a atual responsável pela
pós-graduação da universidade.
Cotado para concorrer à Presidência da República, o tucano
também destacou o fato de o novo comandante da USP ser uma
mulher. "[A escolha] representa o
espaço importante da mulher na
sociedade moderna", afirmou o
tucano, durante a entrega do
"Prêmio Mario Covas - Inovações
em Gestão Pública".
Vilela, no dia do segundo turno,
disse que a vitória de uma mulher
na eleição mostrava uma "mudança de paradigma" na USP.
Ontem, a reitora afirmou que
um dos desafios de sua gestão será aumentar a presença de estudantes das escolas públicas na
universidade. No último vestibular da Fuvest, 20% dos aprovados
vieram do sistema público -que
representa 85% dos alunos do ensino médio de São Paulo.
Essa inclusão, porém, não ocorrerá por meio de cotas. Segundo a
nova reitora, o caminho principal
será ajudar o ensino público.
"Nos últimos anos, houve um
aumento considerável no número
de vagas. Mas não avançamos o
suficiente para garantir a diversidade dos nossos alunos", disse a
nova reitora. No vestibular deste
ano, a instituição oferece 9.952 vagas; há quatro anos, eram 7.811.
A primeira diretriz que consta
no programa de Vilela é a "prioridade máxima ao fortalecimento
da graduação". O texto diz ainda
que será dada ênfase à criação de
vagas noturnas, o que é uma política de inclusão social, pois permite que o aluno que precise trabalhar possa estudar na USP.
Vilela também sinaliza que haverá mudanças no processo seletivo. "Buscaremos um vestibular
que consiga avaliar não só a informação mas também a competência e as habilidades dos alunos."
A farmacêutica irá tomar posse
no próximo sábado. O mandato é
de quatro anos. Apesar de não ter
apoiado oficialmente nenhum
candidato, o atual reitor, Adolpho
José Melfi, afirmou que ficou satisfeito quando Vilela venceu o segundo turno, por ela ter um programa parecido com o dele.
Trajetória
Vilela nasceu em Ilicínea, no interior de Minas Gerais. Ela fez toda a sua formação superior na
USP de Ribeirão Preto, desde a
graduação em farmácia e bioquímica, concluída em 1975, até o
pós-doutorado em bioquímica.
Em 1996, tornou-se professora titular (posto mais alto da carreira).
Desde 2002, a farmacêutica comanda a pró-reitoria de pós-graduação, indicada pelo atual reitor.
Vilela é divorciada e tem um filho.
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