São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005

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DIA DE FÚRIA

Confusão na unidade municipal na zona leste teria começado com um estudante jogando comida nos colegas

Escola é depredada durante briga de alunos

DANILO ALMEIDA
DO "AGORA"

Um tumulto generalizado na escola municipal Firmino Tibúrcio da Costa, na Vila Matilde (zona leste de São Paulo), terminou em quebra-quebra e com feridos no final da tarde de anteontem.
O refeitório e quatro salas de aula foram depredados. Houve agressão a professores e funcionários e as aulas foram suspensas ontem. Três alunos de 14 anos foram detidos e, por questão de segurança, o diretor foi afastado.
A confusão começou por volta de 17h30 de anteontem, no final do intervalo da 8ª série. Um estudante teria começado a jogar comida nos colegas no refeitório, onde estavam cerca de 120 alunos.
Os estudantes passaram a jogar uns nos outros não só comida, mas também talheres, pratos e até cadeiras. Os alvos seguintes foram as lâmpadas e as vidraças. Alguns alunos começaram a brigar e atacaram quem tentava apartá-los. No boletim de ocorrência do caso, uma servente e um professor aparecem como feridos, mas alunos relatam que mais funcionários sofreram agressões.
De acordo com um aluno que diz ter visto toda a confusão, uma professora teria levado um soco no rosto ao tentar apartar uma briga. "[A situação] ficou totalmente fora do controle", disse.
Do refeitório, a briga se alastrou para o andar de cima, onde ficam as quatro salas de aula da 8ª série. "Lá em cima piorou tudo", recorda. O resultado foi a destruição de mais vidraças, carteiras, provas escolares e outros documentos.
Segundo outro aluno, o quebra-quebra durou "uns 30 minutos" e só foi controlado com a chegada da PM e da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
Ao todo, dez adolescentes foram levados para a delegacia -três deles, responsabilizados pelo tumulto, acabaram liberados só com a presença da família. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, eles devem se apresentar hoje na Vara da Infância e Juventude, no Brás (região central).
O Instituto de Criminalística esteve ontem de manhã na escola para avaliar os danos. As aulas devem voltar ao normal hoje.
Muitos pais reclamaram de falta de segurança na escola e da suposta ação de gangues. "Há grupos que controlam a escola", disse a auxiliar de enfermagem Andréa Cappelletti Hamed Alarcon, 35.

Afastamento
A Coordenadoria Municipal de Educação da região da Cidade Patriarca afastou temporariamente o diretor da escola. Segundo a coordenadora Iraildes Meira Pereira Batista, a decisão foi tomada "por questões de segurança". "Nesse período, uma supervisora assumirá a direção", afirmou.
Iraildes afirmou que a coordenadoria vai intensificar os projetos pedagógicos extraclasse nas 114 unidades da zona leste sob sua responsabilidade. "Os alunos precisam preencher o tempo ocioso."


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