|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Jovem de 17 anos diz ter matado socialite
Adolescente, que afirmou à polícia ter atirado em Ana Cristina Johannpeter em assalto no Rio, não foi reconhecido por testemunhas
O corpo da ex-mulher do
vice-presidente do Conselho
Administrativo do grupo
Gerdau foi cremado; mais
2 ladrões são procurados
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Um adolescente de 17 anos
confessou, segundo a polícia,
ter matado a socialite Ana Cristina Giannini Johannpeter, 58,
anteontem à noite. Mas testemunhas não o reconheceram.
O jovem foi preso no fim da
manhã de ontem na Cruzada
São Sebastião, conjunto habitacional favelizado no Leblon
(um dos pontos mais caros da
zona sul). A polícia diz ter achado no local um revólver com
uma cápsula deflagrada.
A polícia investiga a veracidade da confissão, já que nem a
filha da vítima nem uma testemunha reconheceram o menino. Mas não descarta a hipótese
de o não-reconhecimento ter
motivos emocionais. E investiga a possibilidade de o adolescente ter confessado para proteger um irmão maior de idade.
Ela é ex-mulher de Germano
Gerdau Johannpeter, vice-presidente do Conselho Administrativo e irmão do presidente
do grupo Gerdau, uma das 15
maiores siderúrgicas do mundo, Jorge Gerdau Johannpeter.
Tinha três filhas e três netos.
O crime aconteceu perto do
conjunto habitacional, por volta das 20h, a dois quarteirões
de três delegacias, entre elas e
anti-seqüestro e a do turista.
Ana Cristina dirigia seu Mercedes ML 500 e estava com a filha mais nova, Manuela, 21, indo para casa, no bairro. Tinham
ido antes ao restaurante de outra filha, em Ipanema.
Segundo depoimento da filha, a mãe guiava com o vidro
aberto para fumar quando foi
abordada por dois rapazes em
bicicletas. A polícia diz que outro jovem dava cobertura.
Ela contou que a mãe não
reagiu, mas teve dificuldades
de tirar o relógio. No depoimento, Manuela disse que a
mãe pedia "calma" e afirmava
que entregaria tudo. Na noite
de ontem, ela voltou à delegacia
para fazer o reconhecimento,
mas não identificou o adolescente como autor do disparo.
Na delegacia, o jovem disse
que o disparo foi acidental e
que estava "apavorado". O tiro
entrou na altura do nariz e saiu
atrás da cabeça. O corpo de Ana
Cristina foi cremado.
A polícia fez operações de
madrugada e de manhã para
encontrar os autores do crime,
identificados como dois adolescentes de 17 anos e um rapaz de
21. Até a conclusão desta edição, apenas o adolescente que
confessou o crime estava preso.
Segundo a polícia, ele havia
sido preso há cerca de 40 dias
por roubo, mas foi liberado 20
dias depois. O outro adolescente procurado tem seis passagens pela polícia. O rapaz de 21
foi preso cinco vezes.
Violência
A polícia nega que haja uma
"gangue da bicicleta" agindo na
região de Ipanema e do Leblon,
mas admitiu que essa "modalidade de crime" é comum na região, que, além de nobre, tem
muito trânsito. "Eles se aproveitam do semáforo fechado
para agir e usam a bicicleta, que
facilita a fuga no meio do tráfego e dificulta a perseguição policial", afirmou o delegado José
Alberto Pires Lage.
Nos sete primeiros meses
deste ano, foram registrados
483 roubos a passantes na região onde ficam os bairros de
Ipanema e do Leblon.
Texto Anterior: Norambuena deixa RDD e é transferido para Avaré Próximo Texto: Perfil: Amigos a viam como atlética e engraçada Índice
|