São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Jovem de 17 anos diz ter matado socialite

Adolescente, que afirmou à polícia ter atirado em Ana Cristina Johannpeter em assalto no Rio, não foi reconhecido por testemunhas

O corpo da ex-mulher do vice-presidente do Conselho Administrativo do grupo Gerdau foi cremado; mais 2 ladrões são procurados

TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Um adolescente de 17 anos confessou, segundo a polícia, ter matado a socialite Ana Cristina Giannini Johannpeter, 58, anteontem à noite. Mas testemunhas não o reconheceram.
O jovem foi preso no fim da manhã de ontem na Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional favelizado no Leblon (um dos pontos mais caros da zona sul). A polícia diz ter achado no local um revólver com uma cápsula deflagrada.
A polícia investiga a veracidade da confissão, já que nem a filha da vítima nem uma testemunha reconheceram o menino. Mas não descarta a hipótese de o não-reconhecimento ter motivos emocionais. E investiga a possibilidade de o adolescente ter confessado para proteger um irmão maior de idade.
Ela é ex-mulher de Germano Gerdau Johannpeter, vice-presidente do Conselho Administrativo e irmão do presidente do grupo Gerdau, uma das 15 maiores siderúrgicas do mundo, Jorge Gerdau Johannpeter. Tinha três filhas e três netos.
O crime aconteceu perto do conjunto habitacional, por volta das 20h, a dois quarteirões de três delegacias, entre elas e anti-seqüestro e a do turista.
Ana Cristina dirigia seu Mercedes ML 500 e estava com a filha mais nova, Manuela, 21, indo para casa, no bairro. Tinham ido antes ao restaurante de outra filha, em Ipanema.
Segundo depoimento da filha, a mãe guiava com o vidro aberto para fumar quando foi abordada por dois rapazes em bicicletas. A polícia diz que outro jovem dava cobertura.
Ela contou que a mãe não reagiu, mas teve dificuldades de tirar o relógio. No depoimento, Manuela disse que a mãe pedia "calma" e afirmava que entregaria tudo. Na noite de ontem, ela voltou à delegacia para fazer o reconhecimento, mas não identificou o adolescente como autor do disparo.
Na delegacia, o jovem disse que o disparo foi acidental e que estava "apavorado". O tiro entrou na altura do nariz e saiu atrás da cabeça. O corpo de Ana Cristina foi cremado.
A polícia fez operações de madrugada e de manhã para encontrar os autores do crime, identificados como dois adolescentes de 17 anos e um rapaz de 21. Até a conclusão desta edição, apenas o adolescente que confessou o crime estava preso.
Segundo a polícia, ele havia sido preso há cerca de 40 dias por roubo, mas foi liberado 20 dias depois. O outro adolescente procurado tem seis passagens pela polícia. O rapaz de 21 foi preso cinco vezes.

Violência
A polícia nega que haja uma "gangue da bicicleta" agindo na região de Ipanema e do Leblon, mas admitiu que essa "modalidade de crime" é comum na região, que, além de nobre, tem muito trânsito. "Eles se aproveitam do semáforo fechado para agir e usam a bicicleta, que facilita a fuga no meio do tráfego e dificulta a perseguição policial", afirmou o delegado José Alberto Pires Lage.
Nos sete primeiros meses deste ano, foram registrados 483 roubos a passantes na região onde ficam os bairros de Ipanema e do Leblon.


Texto Anterior: Norambuena deixa RDD e é transferido para Avaré
Próximo Texto: Perfil: Amigos a viam como atlética e engraçada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.