São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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Com medo, Joana deixou boca-de-fumo

DA SUCURSAL DO RIO

Joana (nome fictício), 28, trabalhou em bocas-de-fumo dos 16 aos 24 anos. Carregou fuzil, trocou tiros com policiais ("Tenho comigo que nunca matei ninguém") e uma bala pegou de raspão sua orelha. Hoje trabalha numa organização que estuda a violência e se prepara para fazer faculdade de ciências da computação.
"As pessoas que entraram comigo [no tráfico] estavam todas morrendo, cada vez vinha gente mais nova. Eu pensei: "Não quero essa vida para mim, não quero morrer". E saí", diz, lembrando que foi incentivada pelo dono da boca-de-fumo a largar o tráfico.
Ela foi atraída porque via outros adolescentes vestindo roupas de grife. Ascendeu na hierarquia, chegou a gerente, mas não podia desfrutar de nada.
"Fui ficando muito visada. Precisava arrumar dinheiro o tempo todo para pagar policiais. E não podia deitar e dormir tranqüila. Era um olho aberto e outro fechado", conta, dizendo-se feliz hoje.


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