São Paulo, sexta-feira, 24 de novembro de 2006

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Polícia Civil fecha cassino nos Jardins

Jogos ocorriam em antigo casarão do Automóvel Clube, na esquina da av. Brasil com a av. Nove de Julho

MARIANA TAMARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na madrugada de ontem, carros luxuosos deixavam em fila o antigo casarão do Automóvel Clube, na esquina da avenida Brasil com a avenida Nove de Julho, rumo ao 78º DP, na rua Estados Unidos. A carreata era composta de veículos de clientes do cassino que funcionava no local, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), fechado por uma operação da Polícia Civil. Pouco mais de 50 pessoas foram ouvidas e liberadas em seguida. Entre os 49 jogadores que foram à delegacia estavam Rui Matos de Amorim, conhecido como Rui Chapéu, um dos mais famosos jogadores de sinuca do Brasil, e Aparecido Hugo Carletti. Carletti é dono da empresa HVA e sócio do ex-diretor da Coca-Cola Jorge Giganti. A HVA é citada como uma das empresas beneficiadas por desvio de verbas na Operação Anaconda. Além disso, a empresa foi investigada pela CPI do Futebol, em 2001, por ser parceira comercial da FPF (Federação Paulista de Futebol). A conclusão foi de que havia indícios de irregularidades nas relações. Carletti era, à época, vice-presidente da FPF.

Denúncia
De acordo com a polícia, o flagrante se baseou em uma denúncia anônima que não mencionava o funcionamento de um cassino no local. "A denúncia era de que, naquela hora e naquele local, estariam três pessoas foragidas do sistema prisional, procuradas por homicídio e latrocínio", afirmou Clóvis Ferreira de Araújo, delegado do GOE (Grupo de Operações Especiais). As três pessoas, no entanto, não foram encontradas. Foram apreendidos baralhos, R$ 8.700, fichas, um livro-caixa e comandas dos clientes. Segundo Araújo, foi feita somente a elaboração de um termo circunstanciado. A pena prevista para quem explora jogos de azar vai de três meses a um ano e multa.

Testemunhas
As pessoas que jogavam no momento do flagrante foram ouvidas na delegacia somente como testemunhas, e os dez funcionários do cassino, "fichados" como praticantes da contravenção. No entanto, dependendo do entendimento da Justiça, as testemunhas também poderão ser "fichadas", explica Araújo. De acordo com a polícia, membros da diretoria do Automóvel Clube disseram que alugavam o espaço a um grupo e que desconheciam a finalidade do uso do local. O clube deveria revelar os nomes dos locatários do cassino e o alvará de funcionamento do Automóvel Clube às autoridades ainda ontem, mas, até as 19h, os documentos ainda não haviam sido apresentados.


Colaborou KLEBER TOMAZ , da Reportagem Local


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