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Polícia Civil fecha cassino nos Jardins
Jogos ocorriam em antigo casarão do Automóvel Clube, na esquina da av. Brasil com a av. Nove de Julho
MARIANA TAMARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na madrugada de ontem,
carros luxuosos deixavam em
fila o antigo casarão do Automóvel Clube, na esquina da
avenida Brasil com a avenida
Nove de Julho, rumo ao 78º DP,
na rua Estados Unidos. A carreata era composta de veículos
de clientes do cassino que funcionava no local, nos Jardins
(zona oeste de São Paulo), fechado por uma operação da Polícia Civil. Pouco mais de 50
pessoas foram ouvidas e liberadas em seguida.
Entre os 49 jogadores que foram à delegacia estavam Rui
Matos de Amorim, conhecido
como Rui Chapéu, um dos mais
famosos jogadores de sinuca do
Brasil, e Aparecido Hugo Carletti. Carletti é dono da empresa HVA e sócio do ex-diretor da
Coca-Cola Jorge Giganti. A
HVA é citada como uma das
empresas beneficiadas por desvio de verbas na Operação Anaconda.
Além disso, a empresa foi investigada pela CPI do Futebol,
em 2001, por ser parceira comercial da FPF (Federação
Paulista de Futebol). A conclusão foi de que havia indícios de
irregularidades nas relações.
Carletti era, à época, vice-presidente da FPF.
Denúncia
De acordo com a polícia, o
flagrante se baseou em uma denúncia anônima que não mencionava o funcionamento de
um cassino no local.
"A denúncia era de que, naquela hora e naquele local, estariam três pessoas foragidas do
sistema prisional, procuradas
por homicídio e latrocínio",
afirmou Clóvis Ferreira de
Araújo, delegado do GOE (Grupo de Operações Especiais). As
três pessoas, no entanto, não
foram encontradas.
Foram apreendidos baralhos, R$ 8.700, fichas, um livro-caixa e comandas dos clientes.
Segundo Araújo, foi feita somente a elaboração de um termo circunstanciado. A pena
prevista para quem explora jogos de azar vai de três meses a
um ano e multa.
Testemunhas
As pessoas que jogavam no
momento do flagrante foram
ouvidas na delegacia somente
como testemunhas, e os dez
funcionários do cassino, "fichados" como praticantes da contravenção. No entanto, dependendo do entendimento da
Justiça, as testemunhas também poderão ser "fichadas", explica Araújo.
De acordo com a polícia,
membros da diretoria do Automóvel Clube disseram que alugavam o espaço a um grupo e
que desconheciam a finalidade
do uso do local.
O clube deveria revelar os
nomes dos locatários do cassino e o alvará de funcionamento
do Automóvel Clube às autoridades ainda ontem, mas, até as
19h, os documentos ainda não
haviam sido apresentados.
Colaborou KLEBER TOMAZ , da Reportagem
Local
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