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EMÍLIO GABRIADES (1925-2010)
Criou o Anglo na rua Tamandaré
ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO
A família até hoje guarda a
foto de uma multidão aglomerada em frente à casa do
professor Emílio Gabriades.
Era fim de ano letivo, e os
alunos ali reunidos tinham
ido agradecer pelo o que
aprenderam no cursinho.
Emílio, paulistano formado em engenharia química
pela Poli-USP em meados
dos anos 40, ensinava física.
Nos anos 50, ele aceitou o
convite de seu antigo professor Simão Faiguenboim para
que fundassem, com Abram
Bloch, o Anglo Vestibulares
na rua Tamandaré, em SP.
Autor de livros didáticos,
Emílio deu aulas até o fim da
década de 70 -com o crescimento do grupo, passou a se
dedicar apenas à parte administrativa. Trabalhou como
diretor dos anos 50 até este
ano, quando o sistema de ensino foi comprado pela Abril.
Em toda a carreira, nunca
mandou um aluno sair da sala, contam os filhos. E prezava por uma aula bem dada.
Em casa, quando os filhos
tinham dúvidas, ele até ficava bravo: "Mas o professor
não ensinou isso?". E emendava: "Olha, passa de ano
que depois você vai aprender
com a gente no cursinho".
Emílio, que um dia sonhou
ser médico, tornou-se professor contra a vontade do pai,
que desejava um filho advogado. Segundo os filhos, ele
sentia saudades de subir no
tablado da sala de aula.
A ideia de se aposentar,
para ele, era como morrer.
Após sair do Anglo, fez exames e acabou hospitalizado.
Morreu no domingo, aos
85, de insuficiência cardíaca.
Deixa viúva, cinco filhos e
três netos. A missa de sétimo
dia será no sábado, às 9h, na
igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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