São Paulo, quarta-feira, 24 de novembro de 2010

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EMÍLIO GABRIADES (1925-2010)

Criou o Anglo na rua Tamandaré

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A família até hoje guarda a foto de uma multidão aglomerada em frente à casa do professor Emílio Gabriades.
Era fim de ano letivo, e os alunos ali reunidos tinham ido agradecer pelo o que aprenderam no cursinho.
Emílio, paulistano formado em engenharia química pela Poli-USP em meados dos anos 40, ensinava física.
Nos anos 50, ele aceitou o convite de seu antigo professor Simão Faiguenboim para que fundassem, com Abram Bloch, o Anglo Vestibulares na rua Tamandaré, em SP.
Autor de livros didáticos, Emílio deu aulas até o fim da década de 70 -com o crescimento do grupo, passou a se dedicar apenas à parte administrativa. Trabalhou como diretor dos anos 50 até este ano, quando o sistema de ensino foi comprado pela Abril.
Em toda a carreira, nunca mandou um aluno sair da sala, contam os filhos. E prezava por uma aula bem dada.
Em casa, quando os filhos tinham dúvidas, ele até ficava bravo: "Mas o professor não ensinou isso?". E emendava: "Olha, passa de ano que depois você vai aprender com a gente no cursinho".
Emílio, que um dia sonhou ser médico, tornou-se professor contra a vontade do pai, que desejava um filho advogado. Segundo os filhos, ele sentia saudades de subir no tablado da sala de aula.
A ideia de se aposentar, para ele, era como morrer. Após sair do Anglo, fez exames e acabou hospitalizado.
Morreu no domingo, aos 85, de insuficiência cardíaca. Deixa viúva, cinco filhos e três netos. A missa de sétimo dia será no sábado, às 9h, na igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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