São Paulo, segunda-feira, 24 de dezembro de 2001

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"Hospitalzinho" nunca recebeu recurso público

DA ENVIADA A CORUMBÁ

O Cripam (Centro de Recuperação Infantil Padre Antônio Müller) atende cerca de cem crianças desnutridas por ano e jamais recebeu dinheiro público, seja estadual, municipal ou federal.
Todo mês de abril, a comunidade de Corumbá faz uma quermesse. Dela depende a renda do Cripam. "Nunca recebemos um tostão", diz a voluntária Maria Angélica Caldri, 52, secretária-executiva da entidade.
Os cerca de R$ 15 mil por ano da quermesse pagam os seis empregados e a comida. Remédios, fraldas e leite vêm da comunidade.
Maria Angélica diz que há três anos tenta o certificado de entidade filantrópica para obter isenção tributária. "Já mandamos os mesmos papéis pelo menos três vezes. Não entendemos a cabeça do pessoal de Brasília."
A coordenadora do Cripam, a italiana Pinella Bachis, 39, é uma voluntária da ONG que mantém o projeto Operação Mato Grosso. A instituição financiou a perua adaptada para receber cadeiras de bebê. "Todos dormem em casa para manter o vínculo com a família", explica Pinella. Na bagagem das crianças vão água filtrada e fraldas descartáveis.
Antes da doação, Pinella sentava na mala de um Fiat Uno, forrada com colchão, e levava no colo os bebês menores. Eles eram transportados assim duas vezes ao dia: para o hospital e para casa.
O Cripam, fundado em 1992, fechou por alguns meses em 1998, após a morte do padre Antônio Müller.
O hospital reabriu meses depois, com apoio da comunidade. Há poucos meses, a diocese de Corumbá doou uma casa maior. No início do mês, havia 31 crianças internadas. (GA)


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