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"Hospitalzinho" nunca recebeu recurso público
DA ENVIADA A CORUMBÁ
O Cripam (Centro de Recuperação Infantil Padre
Antônio Müller) atende cerca de cem crianças desnutridas por ano e jamais recebeu
dinheiro público, seja estadual, municipal ou federal.
Todo mês de abril, a comunidade de Corumbá faz
uma quermesse. Dela depende a renda do Cripam.
"Nunca recebemos um tostão", diz a voluntária Maria
Angélica Caldri, 52, secretária-executiva da entidade.
Os cerca de R$ 15 mil por
ano da quermesse pagam os
seis empregados e a comida.
Remédios, fraldas e leite vêm
da comunidade.
Maria Angélica diz que há
três anos tenta o certificado
de entidade filantrópica para
obter isenção tributária. "Já
mandamos os mesmos papéis pelo menos três vezes.
Não entendemos a cabeça
do pessoal de Brasília."
A coordenadora do Cripam, a italiana Pinella Bachis, 39, é uma voluntária da
ONG que mantém o projeto
Operação Mato Grosso. A
instituição financiou a perua
adaptada para receber cadeiras de bebê. "Todos dormem em casa para manter o
vínculo com a família", explica Pinella. Na bagagem
das crianças vão água filtrada e fraldas descartáveis.
Antes da doação, Pinella
sentava na mala de um Fiat
Uno, forrada com colchão, e
levava no colo os bebês menores. Eles eram transportados assim duas vezes ao dia:
para o hospital e para casa.
O Cripam, fundado em
1992, fechou por alguns meses em 1998, após a morte do
padre Antônio Müller.
O hospital reabriu meses
depois, com apoio da comunidade. Há poucos meses, a
diocese de Corumbá doou
uma casa maior. No início
do mês, havia 31 crianças internadas.
(GA)
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