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Voluntários levam crianças de abrigos para ceia em família
BRUNA SANIELE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Neste Natal, a família de Fernanda Pace Boni, 26, terá um
convidado especial. Thiago
(nome fictício), de 10 anos, morador do abrigo Anália Franco,
vai passar a data com Fernanda, assistente técnica do abrigo
há oito meses, e os pais dela.
"Eu gosto muito de crianças e
o Thiago não tem a família presente neste momento. Por isso
tive a idéia de levá-lo para as
festas na minha casa. Depois
ele veio me perguntar se eu levaria mesmo, eu disse que sim e
ele ficou super feliz", conta ela.
"A possibilidade do Natal na
casa de voluntários é para que a
criança tenha um dia em família, um dia com espiritualidade
e religiosidade", diz Adriana
Schanaski, diretora do abrigo
em Campo Grande, na zona sul.
O local acolhe 21 crianças e
adolescentes encaminhados
pelas varas da infância.
A família de Carla Cristina de
Souza, 37, voluntária no abrigo
há dois anos, também decidiu
receber uma das crianças.
Eduardo (nome fictício), 10, vai
passar o Natal com Carla, o marido dela, a filha e os pais.
"Quem é voluntário sabe da
necessidade dessas crianças no
fim do ano. Algumas têm famílias, outras não. Conversei com
meu marido, meus pais e minha filha sobre a possibilidade
de convidar o Eduardo. Todos
me apoiaram e ele ficou super
feliz, é uma novidade para ele."
A diretora do abrigo alerta
que, embora seja importante
que as crianças tenham um local para celebrar o Natal, esse
gesto não pode acontecer só no
período das festas. Quem tem
interesse de ajudar deve se
comprometer o ano inteiro.
Segundo ela, várias pessoas
procuram a instituição, mas as
crianças só podem sair para a
casa de funcionários e voluntários. "Eles têm contato com as
crianças o ano inteiro, para que
não seja algo superficial. Se a
gente liberar as crianças para
uma pessoa estranha, vai ser só
para satisfazer o ego dessa pessoa, porque aí a criança vai criar
uma expectativa para depois do
Natal e isso não vai acontecer."
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