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Praça da Sé é reaberta no aniversário de SP
Obras no marco zero da cidade levaram 8 meses, dois a mais que o estimado, e custaram R$ 4,1 milhões à prefeitura
Entre as mudanças na praça está o rebaixamento de canteiros e jardineiras existentes para aumentar o campo visual dos pedestres
DA REPORTAGEM LOCAL
Após cerca de oito meses em
reforma, a praça da Sé, uma das
mais conhecidas e freqüentadas de São Paulo, será entregue
hoje, no aniversário de 453
anos da cidade, pelo prefeito
Gilberto Kassab (PFL). A obra
custou R$ 4,1 milhões.
Uma das mudanças mais
marcantes foi o rebaixamento
de canteiros e jardineiras para
aumentar o campo visual dos
passantes e destacar as esculturas da área.
Foram construídas duas passarelas metálicas para ultrapassar dois obstáculos, o espelho d'água e o fosso de ventilação do mezanino do metrô. O
objetivo é melhorar a circulação no local. Também foram
criadas rampas para acesso de
deficientes físicos.
Os chafarizes do espelho d'água foram reativados. E, para
evitar que moradores e crianças de rua tomem banho na lâmina d'água, como costumava
acontecer antes de a reforma
começar, haverá canteiros alagados contendo plantas aquáticas ao redor do espelho d'água.
A prefeitura colocou vegetação típica de terras inundadas
nesses canteiros -rainha azul
dos lagos, papiro, íris aquático,
chá do brejo e lírio da paz aquática. "Os canteiros alagados terão duas funções. Evitar o mau
uso do espelho d'água e permitir que a população tenha contato com plantas que não estão
acostumadas a ver na cidade",
disse o arquiteto Luís Eduardo
Brettas, gerente de paisagem
urbana da Emurb (Empresa
Municipal de Urbanização).
Ele ressalta que dezessete
obras de arte da praça, inclusive o marco zero de São Paulo,
passaram por um processo de
restauração e limpeza durante
a reforma. As esculturas tinham pichações, partes corroídas ou com cola. A placa em
bronze do marco zero, que havia sido roubada, foi refeita.
Além dessas mudanças, outra novidade na praça será a
substituição das placas de sinalização com seu nome. Em vez
de azul, como são hoje todas as
placas com nomes de ruas e
praças da cidade, as do local serão brancas.
A Sé será o primeiro ponto do
município a adotar as novas
placas, que depois devem ser
instaladas em toda a capital.
Cada região de São Paulo terá
uma cor diferenciada de placa
-branco é a cor do centro histórico e cinza, a do centro expandido, por exemplo.
Brettas disse que a intenção
era fazer a troca das placas na
noite de ontem, mas não sabia
se haveria tempo hábil.
Funcionários e até o engenheiro civil Roberto Steger, que
acompanhava os trabalhos ontem na praça, acreditavam que
seria necessário passar a noite
no local para terminar tudo.
"Estamos fazendo pequenos
arremates. Faltam detalhes de
pintura e no piso. As plantas já
estão aqui, mas nem todas foram colocadas em seus canteiros", disse o engenheiro.
Mais segurança
Uma das intenções com a reforma foi aumentar a segurança de quem passa pela praça da
Sé. Brettas diz que a praça tinha
muitos desníveis e obstáculos,
o que colaborava para a sensação de insegurança. "Nosso objetivo é devolver a praça para o
uso do cidadão. Com os obstáculos, a circulação das pessoas
era essencialmente periférica e
a praça em si ficava vazia."
Em sua opinião, agora o trabalho tem de ser continuado
para evitar que a praça não volte a ser mal utilizada. Ele acredita que tem de ser dado um
tratamento social para a população de rua que habita o local e,
também, não permitir que criminosos atuem livremente na
área. "É preciso do envolvimento da sociedade, de entidades e associações."
Atrasos
A entrega da Sé levou cerca
de dois meses a mais do que o
previsto. Já a praça da República, que segundo anúncio do
prefeito também deveria ser
aberta no aniversário da cidade, terá um atraso de aproximadamente mais dez dias.
Além da República, outro
atraso confirmado no "pacote
de inaugurações" para o aniversário da cidade é o Expresso Tiradentes (antigo Fura-Fila),
que também estava previsto
para ser entregue hoje e só será
inaugurado em 8 de março.
No início da década de 1970, a
praça da Sé passou por sua
maior reforma até então, para a
implantação da estação do Metrô, inaugurada em 1978.
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