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34% foram internados
por tráfico em Ribeirão
KATIUCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
O tráfico de drogas foi o principal crime a levar os adolescentes
da região de Ribeirão Preto (314
km da capital) à Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor) em 2003, sendo responsável por 33,8% das internações, segundo dados da fundação.
Trata-se de uma situação diversa da verificada no Estado, que teve nos roubos qualificados -assaltos- o principal motivo para
internações no ano passado (54%
do total). O tráfico de drogas aparece em segundo lugar, com apenas 10% das ocorrências.
Na região -que inclui três unidades de Ribeirão Preto e uma de
Sertãozinho-, o roubo qualificado vem em segundo lugar
(29,3%). Entre 2001 e 2003, houve
um aumento de 87,8% nas internações de adolescentes, passando
de 181 casos para 340. No mesmo
período, no Estado, o total de internações cresceu 58,4%.
O aumento das internações fez
com que a Febem construísse em
2002 duas novas UIs (Unidades
de Internação) na região -a Sertãozinho, com 72 lugares, e a Rio
Pardo (em Ribeirão), com 112 vagas. Além disso, o Estado inaugura no próximo dia 28 o novo prédio da UI Ribeirão, que irá aumentar a capacidade da unidade
de 120 para 150 lugares.
Para o promotor da Infância e
da Juventude de Ribeirão Marcelo
Pedroso Goulart, 46, a falta de alternativas e de boa educação para
os jovens de classe média baixa é
um dos motivos que levam os jovens ao tráfico.
Segundo ele, o menor é atraído
por esse tipo de crime porque o
comércio de entorpecentes oferece boa remuneração e armamentos. "O adolescente se sente importante. Sua auto-estima se eleva
quando ele tem reconhecimento
dos companheiros e é temido pela
sociedade que o despreza", disse.
Na opinião do delegado da Dise
(Delegacia de Investigações Sobre
Entorpecentes) de Ribeirão, Cláudio Otoboni, 45, os adolescentes
têm consciência de que podem ficar internados na Febem no máximo por três anos. "O roubo é
mais difícil e mais arriscado de ser
praticado. Já a droga é mais fácil
de ser comercializada", afirma.
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