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Pelo menos 2.000 brasileiros procuram doador
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Pelo menos 2.000 pessoas esperam localizar um doador de medula óssea compatível no Brasil.
Para cada paciente que encontra
um doador, três não localizam e
recorrem a bancos internacionais.
A importação do material pode
custar US$ 32 mil.
A advogada Valéria Rodrigues,
34, de Campinas, precisou recorrer a um banco de sangue de cordão em Nova York para curar
uma leucemia mielóide do filho
Henrique, que hoje tem 2 anos.
"As chances de vida dele eram
de 5%. Ele precisava urgentemente de um transplante e não havia
doador no Brasil", contou.
Em uma busca no cadastro internacional de doadores, Rodrigues localizou o sangue de cordão
nos Estados Unidos. A bolsa e o
custeio do transplante -feito no
Inca (Instituto Nacional do Câncer)- foram pagos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
Henrique foi transplantado
com nove meses. "Hoje ele está
curado", disse a mãe. No período,
ela engravidou e, assim que Larissa nasceu, fez a coleta do sangue
do cordão. "Fiz isso como uma
ação preventiva. Há chances de a
doença voltar no Henrique."
O sangue foi coletado na Unicamp, onde está armazenado.
Verba
O Ministério da Saúde anunciou um investimento de R$ 24
milhões neste ano para garantir
que todas as pessoas que aguardam transplante de medula óssea
façam as buscas e a cirurgia.
Segundo o hematologista Luiz
Fernando Bouzas, diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea e coordenador do banco de
sangue de cordão umbilical do Inca, o recurso é emergencial.
"Existe um grupo de 12 estratégias para a efetivação do banco de
cordão nacional no Brasil. Esse
recurso [R$ 24 milhões] é uma
parte disso", disse o médico.
O ministério quer aumentar em
90% a capacidade de realização de
transplantes de medula óssea em
pessoas que precisam de doadores desconhecidos no país. Assim,
o número de procedimentos saltaria dos atuais 84 para 156.
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