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FAMÍLIA
Garoto de 4 anos fica como refém por 4 horas
Polícia fere avô
que ameaçava neto
da Reportagem Local
O aposentado João Gomes Cabral Filho, 42, levou um tiro no
ombro direito de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar).
Segundo a polícia, ele manteve
seu neto Bruno dos Santos Silvestre, 4, como refém durante
quatro horas, ameaçando matá-lo com um facão. Após o disparo, Cabral Filho se rendeu, e o
garoto foi resgatado com vida.
O caso aconteceu na madrugada de ontem, na rua Bom Jesus,
Água Rasa (zona leste de São
Paulo), onde mora a ex-mulher
de Cabral Filho, Etiene Maria dos
Santos Cabral, 42.
O motivo
De acordo com a polícia, Cabral Filho invadiu a casa por volta da 0h30. O casal está separado
há um mês, após 20 anos de vida
em comum, mas o acusado estaria inconformado com a separação.
Quando Cabral Filho invadiu a
casa pelos fundos, Etiene e outros quatro familiares conseguiram fugir pela porta da frente.
Sobrou apenas o garoto, que
dormia e foi tomado como refém.
"Chamamos a polícia na hora,
mas era tarde. Ela já tinha dominado o menino", disse a estudante Érica dos Santos Cabral,
17, filha do aposentado.
Com a chegada da polícia, começaram as negociações. Durante toda a conversa, Cabral Filho permaneceu em pé, abraçando a criança com o braço direito.
O pedido
Inicialmente, ele pediu a presença do padre Júlio Lancelloti,
da Pastoral dos Povos de Rua, e
de um padre chamado Luciano,
que seria de Minas Gerais.
Ele não explicava por que queria a visita dos religiosos.
"Ele é louco. Já foi internado
cinco vezes por causa de problemas mentais e agora vai matar a
única coisa que tenho no mundo", gritava Elaine dos Santos
Cabral, mãe do refém.
O padre da igreja de Vila Diva
(zona leste de São Paulo) foi chamado, mas Cabral Filho não se
entregou.
Atiradores
Após quatro horas de negociações, sem sucesso, atiradores de
elite do Gate cercaram a casa.
Um deles, localizado a cerca de
12 metros da casa, atingiu o ombro direito do acusado.
"Tivemos que atirar porque
não teve outra forma de convencê-lo", disse o capitão da PM José Everardo da Silva.
O acusado e o refém foram levados para o hospital João 23.
Cabral Filho ficou internado e o
garoto foi liberado depois de
passar por exames.
Em 1990, Cabral Filho havia
passado 90 dias preso, acusado
de extorsão.
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