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Preso por engano quer R$ 300 mil
da Folha Vale
O vigilante Jorge Luiz da Costa,
30, vai pedir uma indenização de
R$ 300 mil ao Estado por ter passado 38 dias preso por engano na cadeia pública de Caçapava (105 km
de SP).
Ele foi confundido pela Polícia
Civil de São José dos Campos com
um suspeito de homicídio na cidade de Umuarama (GO).
Segundo a polícia, o nome e a data de nascimento de Costa coincidiam com os do procurado pelo
crime em Goiás. ``Eu disse que era
inocente, mas ninguém da polícia
quis me ouvir'', disse Costa.
O vigilante ficou preso de 27 de
janeiro e 5 de março. Ele foi solto
por meio de um habeas corpus
concedido pelo juiz Reynaldo da
Silva Ayrosa Neto, no último dia 4,
depois que sua advogada, Irani
Vieira, foi até Goiás e conseguiu a
ficha completa do verdadeiro procurado pela polícia.
No habeas corpus, o juiz afirma
ser obrigação do delegado responsável pela prisão buscar a verdade
real dos fatos e ouvir as alegações
do suspeito.
Prisão
O vigilante foi preso ao procurar
o 7º Distrito Policial de São José
dos Campos para obter um atestado de bons antecedentes.
Ele resolveu pedir o atestado
porque a empresa de segurança
em que trabalhava, a Vanguarda
Segurança e Vigilância, o teria forçado a pedir demissão por suspeitar que ele tivesse passagem na polícia. ``Cheguei no distrito, me
identifiquei e fui preso.''
O delegado Eduardo Kepczynski, 36, disse ter feito a prisão porque a ficha de Costa ``batia'' com a
do suspeito. O vigilante disse que
nunca teve a oportunidade de
apresentar provas de que não era
procurado.
``Eu podia provar de um jeito ou
de outro que era inocente. Além
dos documentos, o registro em
minha carteira de trabalho comprova que no dia do crime em
Goiás eu estava trabalhando em
São José dos Campos.''
Prejuízos
``Fui humilhado'', disse o vigilante. Segundo ele, além de danos
morais, ele teve um prejuízo de R$
2.000 para provar que é inocente.
Ele informou que ainda deve R$
1.000 para sua advogada.
Mineiro de Santos Dumont,
Costa disse que chegou a São José
dos Campos (97 km de SP) em 89.
Costa é casado e tem dois filhos
pequenos. Ele informou que o emprego que tinha era sua única fonte
de renda. Segundo ele, seu salário
era de R$ 400.
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