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CRIME
Estudo revela que Colômbia, com 3.000 casos, e Brasil, com 1.100, são os que mais registraram ocorrências em 98
Brasil é o 2º país em risco de sequestro
das agências internacionais
Colômbia e Brasil são os países
mais perigosos do mundo em
matéria de sequestros, seguidos
de longe pelas Filipinas, segundo
dados expostos em um colóquio
do Centro Internacional de Ciências Criminais e Penais (CISCP),
em Paris.
A Colômbia é o país onde mais
se registraram sequestros. Em
1998, 3.000 pessoas foram vítimas.
A seguir vem o Brasil, com 1.100
sequestros, Filipinas (425), Rússia
(237) e, bem mais longe, Estados
Unidos (39), Itália (36), Venezuela (24), Iêmen (14) e China (9), de
acordo com as estatísticas de Stéphane Dana, ex-diretor da filial
francesa de Pinkerton, empresa
de segurança.
As vítimas são, em sua maioria,
cidadãos dos países onde se produzem os casos, mas várias centenas de estrangeiros- empresários, diplomatas, missionários ou
turistas- são sequestrados a cada ano.
Estas cifras são, no entanto, subavaliadas porque somente de 10
a 40% dos sequestros são registrados, segundo especialistas.
Além disso, os países implicados temem divulgar dados, desmotivando os investidores estrangeiros e os turistas.
"A estimativa mais realista é de
20.000 a 30.000 sequestros por
ano no mundo", afirmou Dana.
Estes sequestros, acompanhados de pedidos de resgate, são
mais violentos do que os que
ocorriam antigamente.
Os sequestradores estão atualmente mais motivados pela tentação do dinheiro do que por reivindicações políticas já que, por
exemplo, "as gangues que querem se lançar no tráfico de droga
têm necessidade de capitais iniciais e os sequestros lhes proporcionam isso", explicou Dana.
Para ele, a globalização, a implantação de empresas no estrangeiro, a busca de novos mercados
e de custos mais baixos de fabricação também tem aumentado os
riscos de sequestros. "É comum
homens de negócios andarem em
aldeias pobres, tornando cotidiano o risco do sequestro", disse.
"As gangues são mais profissionais, mas também mais perigosas", explicou Dana. "Elas utilizam a violência para forçar a família ou a empresa a pagar", como, por exemplo, a gangue dos
"cortadores de orelhas", a qual
tem se atribuído centenas de sequestros no México. Ele também
constatou que como as pessoas
mais ricas se protegem, os sequestradores atacam pessoas menos
importantes, conformando-se
com resgates menores.
Segundo as estatísticas de Dana,
referentes a 1998, 58% dos sequestros terminaram com pagamento
de resgate, 20% das vítimas foram
liberadas pela polícia, 14% foram
executadas, 4% foram libertadas
sem haverem pago o resgate e 3%
fugiram.
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